Mark Zuckerberg, CEO da Meta, escreveu uma carta ao presidente do Comitê de Justiça do Congresso dos EUA, Jim Jordan, assumindo que a empresa já rebaixou e reprimiu conteúdos, inclusive por pressão do governo Biden.
A carta aparece em um momento quando a corrida pela presidência dos Estados Unidos passa por um momento sensível, já que Joe Biden abandonou a disputa para que Kamala Harris se tornasse a candidata do Partido Democrata, enfrentando o ex-presidente Donald Trump pelo Partido Republicano.
Além do compartilhamento de informação relevante para o grande público, é inegável que o Meta, mais uma vez, tenta (de alguma forma) influenciar no resultado das eleições presidenciais nos EUA, mas de uma maneira bem diferente daquela adotada no passado.
O que afirma Zuckerberg
Na carta, Zuckerberg afirma que “não deveria ter rebaixado” uma notícia sobre o laptop do Hunter Biden, filho do presidente, encontrado com informações comprometedoras durante a corrida para as eleições de 2020.
Zuckerberg também diz que, em 2021, funcionários do alto escalão do governo Biden (inclusive da Casa Branca) pressionaram o time da Meta por meses a censurar determinados conteúdos sobre COVID-19.
O CEO da Meta reforçou a sua responsabilidade sobre as decisões de reprimir conteúdo, incluindo “mudanças relacionadas à COVID-19 feitas nos apps após toda essa pressão”.
O comunicado do Zuck evidencia que o governo Biden pressionou redes sociais para controlar conteúdo, marcando uma limitação à liberdade de expressão — acusação que era feita por parte dos republicanos há certo tempo.
A carta de Zuckerberg pode virar um forte argumento para Trump na corrida eleitoral contra a Kamala Harris, que além de ser a sucessora do Biden como Democrata, também era a vice do governo dele.
Vai mudar alguma coisa nas eleições dos EUA?
De alguma forma, pode mudar sim. Mas é cedo para dizer quais serão os impactos da carta de Zuckerberg.
É importante lembrar que, dentro do contexto dos EUA como nação e considerando sua legislação pela Constituição, o chamado “direito à liberdade” está, nesse momento, passando por uma profunda reflexão.
Muitos entendem que a lei precisa ser seguida “ao pé da letra”, onde o “direito à liberdade” deve ser amplo e irrestrito, com possíveis questionamentos sobre limites em um segundo momento.
Já outros entendem que essa liberdade possui um limite claro: o início do direito individual do próximo, considerando todas as diferenças estabelecidas.
O que Zuckerberg alega é que o direito de acesso à informação do cidadão foi violado, já que a liberdade de imprensa foi previamente censurada.
Ao longo da história dos EUA, episódios como esse foram duramente criticados, e políticos chegaram a ter suas respectivas carreiras canceladas.
O caso mais emblemático é do ex-presidente Richard Nixon, que recebeu o impeachment após as revelações do jornal The Washington Post sobre o caso Watergate.
Por outro lado, foi o mesmo Facebook que comercializou os dados dos usuários para a Cambridge Analytica, sem dar o devido conhecimento ou o consentimento para isso.
É o mesmo Facebook que fez “vista grossa” à influência da Rússia na eleição de Donald Trump em 2016, impulsionando conteúdos pagos a favor do político Republicano.
Ou seja… dá mesmo para confiar em Mark Zuckerberg?