A jornada de Karla Sofía Gascón pela vitória como Melhor Atriz no Oscar 2025 está ficando cada vez mais complicada. E… que fique o registro: não são só os brasileiros que estão furiosos com ela neste momento.
Nos últimos dias, antigos tweets da atriz voltaram à tona, e muitos desses comentários feitos por ela entre 2010 e 2020 na rede social foram classificados como racistas e islamofóbicos, aumentando a crise para ela e também para o filme Emilia Pérez, que já vinha enfrentando uma saraivada de críticas.
A jornalista Sarah Hagi foi uma das primeiras a dar visibilidade ao caso, destacando que as postagens contêm insultos e estereótipos ofensivos.
Tudo bem, algumas mensagens são de mais de uma década atrás. Mas outras são recentes e, com isso, mais um debate se inicia: até que ponto esse tipo de comportamento é tolerado para uma indicada ao Oscar?
Conteúdo ofensivo atinge diferentes grupos
Os tweets revelados mostram declarações de Gascón contra muçulmanos, asiáticos e até mesmo comentários desdenhosos sobre a representatividade latina no Oscar.
Em um deles, feito após o ataque terrorista de Nice em 2016, a atriz usou um tom depreciativo ao se referir à tragédia. Em outra postagem, de 2020, questionou o aumento de muçulmanos na Espanha, dando a entender um incômodo com a presença dessa comunidade.
Além disso, durante a pandemia, fez piadas de cunho xenofóbico sobre a vacina chinesa, associando o medicamento a estereótipos racistas. Sem falar nas mensagens contra os negros e relativizando o nazismo.
Mais uma vez, estamos diante de um cenário que levanta a discussão sobre a responsabilidade de figuras públicas e a importância de um histórico limpo em uma indústria cada vez mais atenta à inclusão e diversidade.
Sem falar que, para muitos, a postura de Gascón soa absurdamente hipócrita, já que ela como pessoa faz parte de um grupo minoritário que, neste momento, sofre alguns dos mais pesados e absurdos tipos de preconceitos.
A reação da atriz
Diante da repercussão negativa, Karla Sofía Gascón rapidamente apagou as publicações (como se fosse possível apagar alguma coisa da internet, porque… prints!) e divulgou um pedido de desculpas por meio da Netflix.
Na nota, afirmou que reconhece o impacto de suas palavras e lamenta ter causado dor, ressaltando que sempre lutou por um mundo melhor.
A declaração não convenceu a todos, com parte do público e da crítica argumentando que um simples pedido de desculpas não é suficiente para reparar o dano causado.
“Quero reconhecer a conversa em torno de minhas postagens anteriores nas redes sociais que causaram dor. Como membro de uma comunidade marginalizada, conheço muito bem esse sofrimento e lamento profundamente que tenha causado dor. Toda a minha vida lutei por um mundo melhor. Eu acho que a luz sempre triunfará sobre a escuridão.”
Na verdade, Karla Sofía Gascón está, de novo, tentando salvar a sua indicação ao Oscar 2025. É mais um cenário de caos após acusar a equipe de Fernanda Torres de organizar e executar uma campanha de ataques online à ela e ao filme Emilia Pérez.
Como se isso realmente fosse necessário diante de um filme altamente questionável e uma atriz com um histórico de declarações como esse.
A polêmica coloca em risco a trajetória de Karla Sofía Gascón na corrida pelo Oscar, tanto para a indicação quanto para uma possível vitória.
As regras da Academia são claras ao impedir que indicados falem mal de outros concorrentes, e a atriz já havia feito comentários negativos sobre a brasileira Fernanda Torres e a equipe do filme Ainda Estou Aqui.
Tecnicamente, Gascón não criticou de forma direta um filme concorrente ou uma adversária de categoria, mas fez uma grave afirmação que, em um mundo perfeito, ela teria que provar o que está falando.
Com isso, há especulações sobre se ela pode até mesmo ser desclassificada da premiação.
E agora, mais essa: todos esses tweets publicados com opiniões controversas e preconceituosas.
Um filme muito massacrado (neste momento)
Todos os escândalos em um momento delicado, pois Emilia Pérez já vinha dividindo opiniões e enfrentando críticas severas, principalmente sobre sua representação da identidade trans e da cultura mexicana.
Muitos consideram que o filme apresenta uma visão estereotipada e prejudicial tanto do México quanto da experiência trans.
Tais pontos fazem com que o longa, que inicialmente era apontado como um forte candidato em premiações, enfrente resistência tanto da crítica especializada quanto de parte do público.
A controvérsia em torno de Karla Sofía Gascón só reforça essa crise, que parece não ter fim, e que vai se arrastando no pior momento possível: a janela de votação dos vencedores ao Oscar 2025.