Nos EUA, os jovens gastam em média cinco horas por dia nas redes sociais. E nem eles estão aguentando mais essas plataformas.
Um estudo com jovens de 18 a 27 anos revela que quase metade dos entrevistados gostaria que redes sociais nunca tivessem existido. Mais de 60% acreditam que essas plataformas têm um impacto negativo na sociedade, principalmente na saúde mental.
E não dá para culpar os jovens neste caso. O problema está nas plataformas, que construíram ambientes tóxicos com mecânicas viciantes, o que prejudicou o emocional de muitos usuários.
E não será estranho se muitos jovens simplesmente abandonarem as plataformas para não mais voltar.
O gosto amargo do arrependimento
Os jovens estão simplesmente arrependidos em usar as redes sociais, tal e como alguém que usa produtos viciantes fica depois que entendem o quão prejudicial é aquele hábito.
E querer o desaparecimento de algo que te prejudica é grave.
E que fique claro: vícios em coisas positivas não existem. Ou você quer que a sua bicicleta desapareça para que você combata o seu vício em pedaladas diárias?
De qualquer forma, um em cada três jovens afirma que as redes sociais prejudicaram suas vidas pessoais. Sentimentos de tristeza relacionados ao FOMO (medo de perder) e à comparação social são dominantes entre os usuários.
Tal cenário afeta muito mais as mulheres e as pessoas que fazem parte do coletivo LGBTQIAPN+, justamente por causa dos ambientes construídos dentro das plataformas.
Os algoritmos dos apps impulsionam discursos de ódio e preconceito com maior facilidade, o que faz com que os grupos considerados minoritário ou diferentes sejam mais afetados pelos ataques dos ignorantes.
Seria melhor se não existissem
Falta de sono, distorção da imagem corporal, depressão, ansiedade e exposição a conteúdos nocivos (incentivo ao suicídio, distúrbios alimentares, etc).
Esses são apenas alguns dos efeitos colaterais do uso excessivo das redes sociais e de plataformas como X e TikTok.
O uso compulsivo dessas redes também interfere em outras áreas da vida, como o sucesso acadêmico e profissional.
E chega em um determinado momento em que você não consegue mais controlar tais efeitos na vida.
Muitos jovens expressaram o desejo de que redes como TikTok e X (antigo Twitter) não existissem. O que é alarmante, tanto para pais e educadores como para os próprios responsáveis por essas redes sociais.
Por outro lado, plataformas como YouTube, Netflix e apps de mensagens foram menos criticadas nesse sentido, já que o funcionamento mais neutro e seletivo dessas redes neutraliza um pouco o efeito mais tóxico.
Vale lembrar que a Geração Z cresceu em um mundo dominado por poucas plataformas, diferente dos Millennials, que usavam muito mais serviços.
A consequência disso é que os jovens estão com experiências online limitadas, se relacionando com grupos com comportamentos similares, e tendo que lidar com os mesmos problemas já mencionados.
Alguns especialistas sugerem a regulamentação e até mesmo a proibição das redes, algo que ainda não aconteceu porque não apareceu outro produto de consumo que cause tantos danos quanto esses serviços.
O problema aqui é esperar pela próxima ameaça. Não fazer nada nesse momento pode resultar em estragos definitivos que estão em curso neste exato momento.
E os jovens são os principais prejudicados pela inação de quem pode fazer alguma coisa para mudar o quadro.
Dados relevantes sobre o estudo:
Pesquisa com 1.006 pessoas que fazem parte da Geração Z revela que quase metade desejam que as redes sociais nunca tivessem existido.
60% dos jovens acreditam que as redes sociais têm um impacto negativo na sociedade e em sua saúde mental.
29% dizem que a mídia social prejudicou suas vidas pessoais.