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Janet Jackson era, oficialmente, uma ameaça para alguns notebooks

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Algumas coisas no mundo da tecnologia são bem curiosas e, de tempos em tempos, chegam a convergir com o universo da cultura pop. E a história que você vai ler neste artigo promove o crossover entre a Microsoft e Janet Jackson.

Algumas vulnerabilidades detectadas em sistemas operacionais entram na lista conhecida como Common Vulnerabilities and Exposures, ou Vulnerabilidades e Exposições Comuns. Essas falhas entram em um registro público que é preenchido por empresas de segurança e instituições especializadas na segurança informática em diferentes campos.

Pois bem, uma das últimas vulnerabilidades detectadas tem como código verificador CVE-2022-38392, e é uma das mais estranhas da história da informática (se não for a mais estranha).

Por que? Porque coloca o icônico videoclipe de “Rhythm Nation” da cantora norte-americana Janet Jackson como uma ameaça informática.

 

 

 

Janet Jackson cantava tão mal assim?

Antes de continuar, só um registro: fãs de Janet Jackson, se em algum momento eu fizer alguma referência sobre a capacidade musical da cantora que vocês idolatram, eu quero deixar bem claro que isso é apenas uma piada, e não tenho nada contra a cantora. Por favor, tentem não me bater por causa disso.

Dito isso, o problema que coloca a Microsoft e Janet Jackson em conflito é o videoclipe da canção “Rhythm Nation” (1989), um dos vídeos musicais mais importantes da história da MTV por contar com uma batida pop marcante, uma estética industrial muito interessante e, principalmente, uma coreografia que virou referência para os artistas que seguiram na cultura pop nos anos seguintes.

A questão aqui é a seguinte: de uma forma bem estranha, o videoclipe de “Rhythm Nation” é capaz de bloquear alguns computadores portáteis. E essa informação está claramente registrada no blog de desenvolvedores da Microsoft.

O videoclipe de Janet Jackson pode simplesmente bloquear determinados notebooks de de importante fabricante de computadores que, de forma ainda mais curiosa, não teve o seu nome revelado pelos pesquisadores que detectaram e investigaram a falha.

E isso é um problema, pois deixa uma série de usuários em um complicado vazio. Já pensou se você é dono de um notebook comprado em 2005 e descobre “do nada” que não pode rodar no YouTube um simples videoclipe lançado em 1989? Que decepção, não é mesmo?

Se bem que… quem é que usa em 2022 um notebook lançado em 2005? Isso é algo inconcebível para mim, mas não sou eu que vou julgar a dinâmica financeira e de uso informático das pessoas.

A essa altura do artigo, você deve estar se perguntando: “será que Janet Jackson cantava tão mal a ponto de travar um notebook?”.

Apesar dessa teoria ser deliciosamente divertida, a resposta é NÃO.

 

 

 

O que causava o problema, e como ele foi resolvido

Os pesquisadores descobriram que o vídeo de “Rhythm Nation” contava com uma das frequências de ressonância naturais para os modelos de discos rígidos com velocidade de 5.400 RPM nos modelos afetados pelo problema.

No código verificador da vulnerabilidade CVE-2022-38392, podemos ver que o sistema informático poderia ser afetado por ataques de frequência de ressonância. Na prática, quando o vídeo de Janet Jackson é executado em notebooks que podem ser afetados pela falha, ele pode atingir o seu máximo estado de vibração, o que é péssimo para um disco rígido tradicional.

Ou seja, por mais que a relação de cause e efeito seja uma das mais estranhas já vistas no mundo da tecnologia, este é um problema de engenharia muito conhecido no mundo da informática.

E para aqueles que querem insistir que o problema está mesmo na hipotética baixa qualidade da voz de Janet Jackson, é importante deixar bem claro que o mesmo problema de frequência de ressonância pode ser alcançado por uma cantora de ópera emitindo uma nota extremamente aguda.

Sabe o efeito dos cristais quebrando quando uma soprano lírica alcança uma nota aguda com elevada frequência? Então, é a mesma coisa para os discos rígidos. Já fizeram testes com datacenters que sofreram esse mesmo efeito, e ninguém falou nada sobre isso.

De qualquer forma, é a primeira vez que a Microsoft relata que a voz humana é capaz de alterar a latência das operações de leitura/gravação de dados em um disco rígido. E isso é mais importante que qualquer VMA que Janet Jackson levou para casa por causa de “Rhythm Nation”.

Para ser justo, essa vulnerabilidade foi descoberta pouco tempo depois que os notebooks vulneráveis à Janet Jackson chegaram ao mercado em 2005. O problema foi solucionado com a adição de um filtro personalizado na canalização de áudio, que detectava e eliminava as frequências de som consideradas perigosas durante a reprodução de áudio.

Porém, a falha só foi revelada agora, já que a maioria dos notebooks lançados no mercado com discos rígidos de 5.400 RPM não estão em uso. E com os notebooks aposentados, o vídeo de “Rhythm Nation” deixou de ser uma ameaça informática.

Isso… e porque… convenhamos… quem é que ouve Janet Jackson em 2022?


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