Se já estava difícil para a Samsung no segmento de processadores, depois das últimas notícias, não é exagero dizer que a empresa pode mesmo abandonar esse segmento. Ou talvez seja, já que é um segmento que ainda rende algum dinheiro para ela.
Não basta ver a Xiaomi fabricando um processador e modem próprios, mostrando ao mundo que não vai depender de basicamente ninguém para desenvolver as suas próprias tecnologias.
A Samsung ainda tem que sofrer mais um pouco, ao ver algumas de suas parceiras comerciais abandonando a empresa para fechar acordos com a concorrência na fabricação de chips e semicondutores.
Quando algo dá errado, tende a dar sempre AINDA MAIS ERRADO. É quase uma regra inescapável.
Entenda a crise atual (mais uma…)
A Samsung atravessa uma das fases mais críticas de sua história no setor de semicondutores, perdendo terreno para concorrentes como TSMC e SK Hynix. E a situação se agrava ainda mais com o fim da parceria com o Google para fabricação dos chips Tensor dos smartphones Pixel.
O Google decidiu migrar para a TSMC após anos de críticas ao desempenho dos Pixel equipados com processadores fabricados pela Samsung. A mudança é um duro golpe para a gigante sul-coreana, que já enfrenta dificuldades para atrair e manter clientes para sua divisão de fabricação de chips.
Executivos do Google visitaram recentemente a sede da TSMC em Taiwan para fechar um acordo de cooperação de três a cinco anos. A parceria pode envolver design próprio do Google ou colaboração com a MediaTek, fabricante conhecida por oferecer melhor custo-benefício que a Qualcomm.
O sucesso da Xiaomi com seu primeiro processador próprio fabricado pela TSMC demonstra o potencial da fabricante taiwanesa. O chip chinês alcançou desempenho comparável aos melhores do mercado, incluindo Apple A18 Pro, Snapdragon 8 Elite e MediaTek Dimensity 9400.
Um desempenho assombroso para um processador que está apenas na sua primeira geração, o que mostra que a Xiaomi sabe muito bem o que está fazendo. E pode fazer ainda melhor quando assumir a fabricação do seu próprio chip.
Enquanto isso, o Exynos 2500 da Samsung, destinado ao Galaxy Z Flip7, apresenta resultados decepcionantes nos testes preliminares. Segundo vazamentos do Geekbench, seu desempenho se equipara ao Snapdragon 8 Gen 3, processador de quase dois anos.
A divisão Exynos da Samsung acumula prejuízos, enquanto sua participação no mercado de fabricação sob encomenda caiu oito pontos percentuais nos últimos cinco anos.
Tem como a Samsung se salvar?
A Samsung acredita que sim, e não está simplesmente aceitando ficar nas cordas, esperando por um milagre.
A empresa aposta na segunda fábrica de Taylor, nos EUA, programada para operar em 2026 com tecnologia de 2 nanômetros, mas o projeto já sofreu atrasos de dois anos por falta de clientes.
A nova dinâmica tarifária dos Estados Unidos pode, por incrível que pareça, ser o incentivo que falta para que essa fábrica saia do papel. E neste caso, o objetivo final não seria o lucro com a venda para parceiros, mas uma melhor margem de lucro na tentativa de driblar os impostos.
Há males que vem para o bem.
Com tantas pancadas recebidas, a divisão de semicondutores da Samsung está mais do que ameaçada. Vamos observar de perto os próximos movimentos.
Pode não ser o fim do Exynos, mas é sim um cenário quase asfixiante.
Via Digitimes