O vazamento do iPhone SE de quarta geração confirma uma dura realidade que a Apple terá que lidar com maturidade em 2025: esse é um smartphone que é um autêntico elo perdido.
A necessidade de modernizar um dispositivo que está defasado em três anos vai cobrar um alto preço da Apple, tanto para adaptar o dispositivo para as tendências atuais quanto para justificar o preço, que será substancialmente mais caro em função dessa atualização de hardware.
Convencer o consumidor de que o iPhone SE (2025) é válido mesmo depois de tantos anos sem o modelo dar as caras no mercado é quase um ato de mágica, considerando o cenário de mercado como um todo, incluindo a fotografia de momento no lineup de telefones da Apple.
O alto custo de um produto desatualizado
O modelo atual do SE, ainda baseado no design do iPhone 6, possui o chip A15 e conector Lightning, o que o torna tecnicamente defasado frente à concorrência.
Mais do que isso: pode ser chamado de “obsoleto”, mesmo sendo funcional e compatível com o iOS 18. Afinal de contas, só pelo fato de a porta Lightning não ser mais o padrão do iPhone já nos deparamos com fator de obsolescência que precisa ser contornado de imediato no novo modelo.
O iPhone SE era a porta de entrada para o iOS para muitos usuários, se propondo a ser o telefone da Apple de baixo custo para quem queria conhecer a sua proposta.
Porém, era um modelo de iPhone que já era muito criticado em 2022, com um design antigo e especificações que não se alinham com a imagem premium da Apple.
O que torna o cenário mais complexo para a Apple é o fato de o iPhone SE ainda se manter relevante em mercados emergentes ou de baixo custo.
Sem falar que alguns consumidores mais conservadores ainda preferem o botão Home para a interação com o iOS. Então… como abandonar esse público com a necessidade urgente do novo?
Um iPhone SE que ficou “incompatível”
Para começo de conversa, não é apenas a porta Lightning ou um processador defasado que complicam a vida de um futuro iPhone SE (2025).
O botão Home que mencionei mais cedo… ele está se tornando cada vez mais incompatível com as versões mais recentes do iOS, que está adaptado para a interação apenas com os gestos.
O atual iPhone SE (2022) não consegue executar corretamente muitos dos novos recursos do iOS. E aqui, temos um paradoxo entre a experiência de usuário desejada pela Apple e o hardware oferecido pelo dispositivo.
A proposta de design do iPhone SE está obsoleta e defasada. Uma mudança drástica nessa proposta vai resultar, de forma inevitável, em um dispositivo mais caro, o que pode resultar em uma perda do público que a Apple já tem (e que poderia ter se não tem).
Agora, some tudo isso a toda a concorrência que o iPhone SE possui nesse momento, e não apenas nos dispositivos Android, mas também nos modelos mais antigos e recondicionados do iPhone.
Hoje, um iPhone recondicionado oferece uma relação custo-benefício muito melhor do que o iPhone SE (2022). Tanto, que esses dispositivos vão bem nas vendas.
A estratégia de manter o SE no catálogo por anos é uma contradição com a narrativa de inovação contínua da Apple.
Com o tempo, isso pode causar um certo prejuízo na percepção de uma empresa que sempre se julgou como “mágica e revolucionária”.
E com tudo isso que foi apresentado neste artigo, a Apple vai ter um enorme trabalho para justificar a relevância e até mesmo a validade do iPhone SE (2025) em um mercado muito mais competitivo e equilibrado.
A relação custo-benefício de hoje está bem mais dinâmica, e o futuro iPhone de entrada pode resultar em uma perda de essência de algo que a Apple não pode deixar de ter como parte do seu negócio: o fator “eu sou especial”.