A aposta da Apple em “anunciar a morte do PC” pelas mãos do iPad Pro não está se pagando, e o produto tem um início de vendas decepcionante.
Os motivos para esse inicial fracasso são bem óbvios e conhecidos por qualquer usuário com um mínimo de fundamentos técnicos em informática. O iPad Pro foi concebido como uma tentativa de competir com o Surface Pro da Microsoft, mas na prática, não deixa de ser um iPad maior, com tela de 12.9 polegadas e difícil de ser manejado como um tablet padrão. Mas além do seu tamanho e elevado preço, outros fatores influenciam nesse momento.
Um dos motivos do sucesso do Surface Pro é a utilização das arquiteturas Intel e Windows, oferecendo a possibilidade de uso de uma grande variedade de aplicativos profissionais, além dos jogos e outras possibilidades de uso típicas de um PC com Windows. Por outro lado, o iOS está bem longe de ser uma solução potente e flexível se comparado com um sistema operacional completo, e se a Apple realmente quer dar uma resposta para a Microsoft e ao Surface com algo equivalente, no lugar do iPad Pro eles teriam que lançar um MacBook Pro 2 em 1 com o seu OS X.
Em outubro, o iPad Pro foi superado em vendas pelo Surface Pro 4 nos Estados Unidos, um dos mercados mais importantes para a Apple, e onde o iOS está na frente do Android. Na China, as coisas não foram muito melhores, com vendas de apenas 40 mil unidades no seu primeiro mês de comercialização, enquanto que no mesmo período o iPad Air 2 vendeu 557 mil unidades.
Porém, o problema parece ser mais de conceito do que de marketing, já que os modelos 2 em 1 com Windows são PCs (entendendo PC como um computador com arquitetura Intel) que podem funcionar como tablets, enquanto que o iPad Pro não deixa de ser um tablet que quer se passar por um PC.