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iPad “nacional” já está no mercado. Mas… quem disse que os preços caíram?

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O iPad “nacional”, ou seja, fabricado na unidade da Foxconn do Brasil, já está nas lojas. Esta poderia ser uma notícia muito boa para o consumidor brasileiro, mas na prática, tem o gosto amargo de um jiló em um Big Mac. Tudo porque, pelo menos por enquanto, a tão prometida redução de preço para o produto “made in Brasil” não aconteceu, e os preços praticados para os modelos fabricados aqui são os mesmos dos modelos importados.

Em matéria publicada pelo G1, é possível comprovar que tanto lojas físicas que vendem o produto nos grandes shoppings de São Paulo, como as lojas de comércio eletrônico confirmam os preços praticados, e afirmam que a decisão é motivada pelo fator “custo Brasil”, que comentarei mais adiante nesse post.

O iPad “nacional” começou a chegar nas lojas na primeira semana do mês de julho, e recebem no seu selo de descrição de detalhes do modelo, número de série e IMEI (que está descrito na caixa de qualquer produto Apple) o popular “Assembled in Brazil”, que informa onde foi fabricado. Algo como a foto registrada pela jornalista Daniela Braun, do G1, que você vê abaixo.

Em uma consulta rápida junto aos representantes das lojas consultadas pela matéria, a informação passada é que os estabelecimentos “praticam os preços estabelecidos pelo fornecedor”, ou seja, a Apple. Mas, calma. Não vamos colocar a empresa de Cupertino como culpada logo de cara. Vamos recordar os fatos.

Em maio de 2011, uma medida provisória incluiu os tablets na “Lei do Bem”, reduzindo assim a cobrança de impostos na fabricação local desses produtos, tornando os mesmos isentos da incidência do PIS/Cofins, com uma queda de preço no valor final dos produtos de aproximadamente 36%. Esse número foi avaliado e reavaliado várias vezes, mas a média final divulgada pelo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, foi essa. Inclusive, esse blog mesmo chegou a questionar as declarações anteriores de Aloísio Mercadante sobre a lei e sobre suas consequências. Mas, no fim, o consenso foi alcançado.

Porém, será que a Apple realmente decidiu fabricar seus produtos no Brasil para oferecê-los mais barato para o consumidor brasileiro?

Segundo, Attila Belavary, analista do IDC, a resposta é um sonoro “não”. A Apple só decidiu pela fabricação local para “suprir a demanda dos produtos da empresa no Brasil”, o que não significa que teremos um iPad 36% mais barato, pelo menos nessa fase inicial de produção.

Agora, falando do “custo Brasil”. Para fabricar um produto do porte de um iPad (que, lembrando, não era fabricado aqui), todo um investimento precisa ser feito com mão de obra e maquinário, além dos custos de transporte do produto final e outros investimentos para o desenvolvimento do produto. E tais investimentos ainda sofrem um valor tributário que não estão incluídos na “Lei do Bem”. A isenção fiscal se aplica ao produto final, e não ao trabalhador, cuja empresa tem que pagar todos os direitos trabalhistas, à máquina de fabricação de telas, que é importada, e paga impostos diversos de entrada no Brasil, entre outros. Isso, sem falar em uma nova linha de produção, que teve que ser construída do zero.

Ou seja, até todo esse investimento se converter em lucro… o jeito é esperar sentado.

Porém, nem tudo está perdido. Existe uma luz no fim do túnel, e não é um trem vindo na direção contrária. O mesmo Belavary afirma que, em longo prazo, o preço do iPad “nacional” vai cair. Só tem um detalhe: só espero que esse preço não caia quando o iPad 5 (ou iPad 2015, ou “novo novo novo iPad”… vai saber qual o nome que a Apple vai inventar) chegar ao mercado, e aí, o preço do iPad 3 só será menor por ser um produto defasado.

Enfim, pra resumir, não adianta começar a reclamar, pelo menos, por enquanto. As coisas no Brasil são assim, infelizmente. Para isso mudar um dia, começa por nós, mas isso é outra história. Até lá, talvez a melhor estratégia é: se você não comprou um iPad ainda, e não quer gastar muito, espere mais um pouco. Quem sabe (e eu disse quem sabe) os preços comecem a cair no final do ano. Mas isso, em uma previsão bem otimista.

Com informações do G1


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