Os fundadores do Cinelytic, uma startup com sede em Los Angeles, afirmam que é possível saber se uma escolha de produção de um filme pode ser sinônimo de sucesso do projeto, com a ajuda da inteligência artificial.
Os produtores de Hollywood arriscam dezenas ou centenas de milhões de dólares com cada projeto que decidem financiar. E apesar de muitos demonstrarem uma grande intuição no exercício de sua profissão, eles preferem não investir dinheiro às cegas.
E é aqui que entra o Cinelatyc, um servidor baseado em inteligência artificial que oferece dados analíticos e de fácil uso para os profissionais da indústria cinematográfica, com o objetivo em ajudar os produtores a tomar decisões mais rápidas e inteligentes sobre toda a cadeia de valores de um filme.
Seu software leva em consideração a estrutura de roteiro, elenco, dados históricos de bilheteria dos filmes precedentes e outros dados, não apenas para prever o possível sucesso da nova produção, mas também para oferecer variações sobre a mesa em base da troca de alguns fatores.
Um exemplo: se a protagonista prevista é a Emma Watson e a produtora quer contar com uma simulação em como afetaria o desempenho nas bilheterias ao trocar a atriz por Jennifer Lawrence.
A indústria do cinema aposta na IA
Não é uma novidade. a 20th Century Fox já estava apelando à IA para analisar trailers e detectar quais elementos dos mesmos mais agradou a a audiência. Para isso, utilizaram um software experimental chamado Merlin, e um dos exemplos mais emblemáticos foi estimar que Logan triunfaria entre os fãs de A Lenda de Tarzan.
Mesmo sem dados públicos de acertos, um dos seus rivais – ScriptBook – anunciou recentemente que os seus algoritmos, aplicados a produções de 2017 e 2018, mostrava um bom desempenho em relação ao critério da indústria. No período, apenas 44% dos filmes de Hollywood lucraram, mas o ScriptBook acertou 86% dos casos de sucesso final. O dobro de acerto de previsão da própria indústria.
O sucesso da Netflix foi um dos fatores que mais contribuiu para a indústria apostar mais na IA nos últimos quatro anos, o que fez com que os diretores da empresa de streaming se acostumasse a acreditar na potência dos seus algoritmos de recomendação.
Porém, os algoritmos contam com suas limitações. Ao se basear nos dados do passado, eles são incapazes de antecipar sucessos ou fracassos derivados de mudanças culturais do público, e também não acertam tanto ao analisar filmes sem referências prévias claras.
Via The Verge