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“Inclua-me” cria memórias falsas em fotos

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Pode parecer estranho falar do Google Pixel 8 Pro quando toda a família de smartphones Pixel 9 se tornou uma realidade recentemente, mas… confia em mim, e você vai entender onde eu quero chegar.

O Google Pixel 8 Pro possui uma câmera excepcional, capaz de capturar imagens de alta qualidade. Se você tem esse smartphone, não precisa se preocupar em sair correndo para comprar o Pixel 9 Pro, pois você não está perdendo muita coisa.

Exceto é claro se você se impressionou com a nova funcionalidade “Inclua-me”, que utiliza recursos de Inteligência Artificial para adicionar pessoas ausentes nas fotos, criando imagens perfeitas.

Mas… existe um problema nesse “milagre” que o Google entrega neste recurso.

 

Como essa mágica funciona

O recurso “Inclua-me” é (aparentemente) tudo o que qualquer pessoa que gosta de registrar fotos no smartphone deseja, e com um funcionamento absurdamente simples.

Uma pessoa tira a primeira foto com um enquadramento que permita a adição da pessoa ausente. Outra pessoa tira uma segunda foto com essa pessoa.

A IA do Google então funde as duas fotos, posicionando a pessoa adicionada de forma natural e sem obstruir os outros elementos da imagem.

E tudo isso é feito no próprio smartphone que registrou as duas fotos. Não precisa passar pelo computador ou por softwares de terceiros para realizar a montagem.

E isso é algo realmente impressionante, considerando o fato de que você usa os recursos integrados pelo próprio app de Câmera do Google, que segue excepcional.

Tudo isso é incrível.

Mas esconde um problema.

 

Memórias perfeitas… e falsas

O recurso “Inclua-me” é realmente impressionante, e certamente vai chamar a atenção de muitos usuários.

O grande problema aqui é que ele será uma máquina de criar imagens que, na realidade, nunca existiram.

Sem falar no potencial que o recurso tem para ser utilizado como uma máquina para fake news ambulante, já que alguns podem tentar tirar as imagens de contexto.

É uma funcionalidade muito semelhante a outras ferramentas do Pixel, como o Editor Mágico, que permitem remover objetos e pessoas indesejadas das fotos.

Se por um lado o “Inclua-me” pode criar memórias perfeitas e maravilhosas para o usuário que não gosta de ver a realidade do jeito que é, por outro lado, não há opções para marcar as imagens como editadas, o que pode aumentar as desconfianças sobre a veracidade das fotos.

Pode até ser que o Google adicione uma marca d’água nas imagens alteradas pelo seu editor de fotos no futuro, em nome da segurança das pessoas que aparecem na imagem.

Mas enquanto isso não acontecer, os mais céticos terão um forte argumento para se manterem distantes de tal funcionalidade.

Por fim, não podemos dizer que a polêmica do “Inclua-me” é algo inédito no mundo da tecnologia. É apenas a mais recente discussão sobre o assunto.

No passado, falamos muito das imagens “photoshopadas” ou alteradas por um software de pós processamento. A controvérsia foi enorme, com muitos envolvidos participando das discussões.

Hoje, fotos que passaram por um tratamento no Photoshop são mais aceitas. E com a IA, a edição de fotos se torna ainda mais avançada e convincente.

É claro que temos que levantar dúvidas sobre a autenticidade das fotos e a proteção dos direitos das imagens que ajudaram a treinar a IA.

Mas a tecnologia existe pra isso: como uma ferramenta de evolução humana, em todos os aspectos.


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