Mas… não era o Honor Magic V3?
A Honor oficializou o lançamento do Magic V5, seu novo smartphone dobrável que busca conquistar os holofotes com o título de “mais fino do mundo”. O que acaba com a narrativa da Honor com o Magic V3, recém-lançado no Brasil.
O que deixa o coração dos mais irritados com narrativas distorcidas e retóricas que caem rapidamente é que essa classificação de “o mais fino do mundo” depende de uma análise criteriosa dos detalhes físicos do aparelho.
Vamos entender por que o Honor Magic V5 já chega com uma certa polêmica, e quais são as principais características do produto.
Por que ele é “o mais fino do mundo” (ou não)?
O Honor Magic V5 conta com 8,8 mm de espessura quando dobrado, superando por uma margem mínima o Oppo Find N5, que tem 8,9 mm. Mas essa vantagem só se aplica à versão “Ivory White” do dispositivo.
As variantes em outras cores são um pouco mais espessas, com 9 mm, o que indica o uso de materiais diferentes no acabamento de cada versão, afetando diretamente a espessura final.
A discussão sobre qual é o dobrável mais fino do mundo revela-se mais complexa ao se considerar o módulo de câmeras traseiras do Magic V5.
Ele é notavelmente elevado e compromete a uniformidade do design, criando uma protuberância que desafia a proposta de um perfil realmente fino.
Ainda assim, esse volume pode ser justificado: o sistema de câmeras entrega um desempenho superior, incluindo sensores de maior resolução e lentes com aberturas maiores.
Um dos destaques nesse conjunto fotográfico do Honor Magic V5 é a lente periscópica de 64 MP, que amplia as capacidades fotográficas com zoom óptico aprimorado, embora contribua para o aumento da espessura geral do dispositivo.
Aberto, o Magic V5 conta com apenas 4,1 mm de espessura, superando ligeiramente os 4,2 mm do Oppo Find N5. Ainda assim, ele perde para o Huawei Mate X3 com design de três dobras, que atinge apenas 3,6 mm em seu ponto mais fino.
Vale mencionar que o Mate X3 alcança essa marca ao custo de não incluir uma porta USB-C, recurso que o Magic V5 mantém, preservando a funcionalidade sem abrir mão da conexão universal.
De qualquer forma, tanto o Mate X3 quanto o Magic V5 estão debaixo do mesmo guarda-chuva, a Huawei. O que pode indicar que os modelos da linha Magic devem também perder a porta USB-C no futuro, só para realmente serem considerados “os mais finos do mundo”.
O que mais o Honor Magic V5 pode oferecer?
Em termos de peso, o Magic V5 também se destaca: com 217 gramas, ele empata com o Vivo X Fold 5 na disputa pelo título de dobrável mais leve do mercado.
Isso representa uma conquista importante, considerando que smartphones dobráveis tendem a ser mais pesados por conta do mecanismo de dobradiça e das duas telas.
O Galaxy Z Fold 7 da Samsung, que deve ser apresentado na próxima edição do Unpacked marcada para 9 de julho, promete ser mais fino do que os modelos anteriores da marca, mas os rumores apontam que ainda será mais espesso que o Magic V5.
O aparelho roda o sistema MagicOS, baseado no Android, e traz sob o capô o poderoso chip Snapdragon 8 Gen 3 Elite Edition da Qualcomm. Ele está disponível em configurações com até 16 GB de RAM, entregando performance de alto nível para multitarefa e jogos pesados.
A bateria é outro ponto forte do dispositivo, com 5.820 mAh, o que garante uma autonomia acima da média para dispositivos dobráveis, sendo um diferencial relevante para quem busca mobilidade sem sacrificar tempo de uso.
O Magic V5 possui duas telas com tecnologia OLED LTPO de 120 Hz, oferecendo imagens fluidas, cores vibrantes e excelente resposta ao toque.
O suporte ao carregamento sem fio está presente, assim como as certificações IP58 e IP59, que asseguram boa resistência contra poeira e respingos de água — um feito raro para smartphones dobráveis, que normalmente sacrificam essa robustez em nome da flexibilidade.
Quando o Honor Magic V5 chega ao mercado?
O lançamento inicial acontece na China, mas a Honor já confirmou que levará o Magic V5 ao mercado internacional “em breve”. Não há previsão de lançamento do produto no mercado brasileiro ou preço sugerido.
Se bem que… aqui, nem precisa ter muita pressa.
Baseado no preço cobrado pelo Honor Magic V3, esse modelo deve contar com um preço estratosférico no Brasil (se é que ele vem para cá um dia).
A busca por espessuras e pesos cada vez menores mostra que o segmento de smartphones dobráveis está atingindo um ponto de maturidade, onde melhorias incrementais já não são suficientes para encantar o público.
Por outro lado, o preço dessas implementações e melhorias focadas no design pode ser elevado para que o grande público abrace o conceito de vez.
Sem mudanças radicais no formato ou em componentes estruturais, como a substituição do conector USB-C ou a reinvenção do sistema de dobradiça, a indústria precisará de novas estratégias para sustentar o interesse nesse tipo de produto.
E é de se questionar se os dobráveis serão modelos de negócio sustentáveis apenas e tão somente com o nicho de elite que as marcas decidiram abraçar para esse formato de produto.
O tempo vai dizer. Mas parece ser cada vez mais inevitável o lançamento de dobráveis mais acessíveis, apenas para justificar a validade do conceito para o grande público consumidor.
A não ser é claro que as marcas estejam aceitando que todo dobrável seja um produto para quem tem grana para gastar em dispositivos premium.
Neste caso, retiro o que disse nos últimos 10 parágrafos de texto.
Via The Verge