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Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) | Cinema em Review

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TEXTO SEM SPOILERS!

Tentei ignorar todos os comentários dos ditos “especialistas” e as notas mais baixas do Rotten Tomatoes, e fui assistir “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” de coração aberto. E saio do cinema com a nítida sensação que me dei bem ao tomar essa decisão.

O filme que iniciou a Fase 5 do Marvel Cinematic Universe cumpriu com o objetivo de me entreter por pouco mais de duas horas, em uma história que é eficiente para finalmente apresentar para o grande público o grande desafio a ser enfrentado pelos Vingadores no futuro, e o que ele é capaz de fazer.

Por outro lado, é um filme que fala sobre família, sobre o tempo e como nos relacionamos com ele (o tempo). E isso pode incomodar a alguns fãs mais exigentes.

 

É um filme sobre Scott e Cassie

“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” explora de forma inevitável relação entre Scott e Cassie Lang, que ficou com uma lacuna dos cinco anos em função do estalo do Thanos (eu me recuso a usar o termo “blip”, pois ele me parece algo ridículo de se dizer). Logo, toda a aventura está calcada nisso.

De forma coerente, mostra também como Cassie sempre viu Scott como um grande herói, e como ele estava deixando de assumir esse papel em nome da escolha segura de ser pai dedicado e marido exemplar. E parte da jornada está relacionada com essa visão objetiva da filha em relação ao pai.

Aliás, as atitudes de Cassie estão totalmente calcadas em sua perspectiva e em tudo o que aprendeu com Scott, que sempre se colocou disposto a defender os pequenos.

O longa também explora a igualmente incompleta relação entre Janet e Hope, já que a mãe ficou longe da filha por três décadas presa no Reino Quântico. Me agrada o fato de o filme mostrar o que aconteceu naquele universo ao longo desse tempo. Bom, quero dizer, eu gostei de algumas coisas, e nem tanto de outras.

O filme trabalha com leveza temas relativamente adultos, como a separação forçada entre Hank e Janet, os segredos da mãe para Hope (e todos os outros), o senso de responsabilidade que Scott desenvolve por entender que já perdeu muito tempo na vida e o empoderamento feminino.

Por outro lado, o roteiro trabalha tanto nos plots envolvendo Scott/Cassie e Janet, que Hank e Hope ficam quase invisíveis no meio dessa história. Só não são completamente anulados porque a trama tem o cuidado de colocá-los dentro da ação de forma relevante.

 

Kang disse a que veio

Quem rouba a cena mesmo é Kang, O Conquistador. Na verdade, a variante “Aquele Que Foi Exilado” deu uma pequena amostra do que está por vir para os Vingadores e demais heróis que cruzarem o seu caminho.

Isso é algo positivo, e ao mesmo tempo, problemático. Afinal de contas, temos que pensar que Kang é extremamente poderoso por ter o controle do bem mais precioso desse universo: o tempo. Para a felicidade geral da nação, temos um vilão carismático e complexo, que não fica forçando a sua malvadeza o tempo todo.

Eu nem preciso dizer que estou ansioso para ver Kang de volta. E a melhor parte é que isso nem vai demorar. Ah, e isso está bem longe de ser um #spoiler, já que a Dinastia Kang está mais do que confirmada, e será um dos futuros filmes dos Vingadores.

Sem falar que a Marvel está seguindo exatamente o mesmo arco principal dos quadrinhos ao trabalhar esse personagem. Ou seja, muita gente sabe  o que está por vir em relação ao Kang.

Um dos pontos que mais me interessavam em “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” é as possíveis conexões com alguns projetos da Fase 4 do MCU, e isso acontece de forma bem evidente. O único grande problema aqui é que, a partir de agora, quem quiser acompanhar essa história terá que ver alguns dos outros projetos do Disney+, sem falar em alguns dos filmes que estrearam nos últimos anos.

O que não deixa de ser uma boa notícia, já que “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” finalmente amarra algumas pontas que ficaram totalmente soltas durante a fase anterior. Algumas pessoas vão assistir ao filme e dizer mentalmente: “olha só… isso aqui faz referência a isso aqui… agora algumas coisas fazem mais sentido…”.

Felizmente. Muitas pessoas reclamaram (com razão) de que a Fase 4 do MCU foi aparentemente meio avulsa, sem muitas conexões diretas. Bom, o filme protagonizado por Paul Rudd dá um pouco de liga para as histórias apresentadas.

Mas só faz sentido mesmo para quem viu algumas das séries do Disney+ e alguns filmes que estrearam na Fase 4. Os paraquedistas não vão pegar algumas referências, mesmo em um filme que dá para assistir sem ver os demais. Só que perde boa parte da empatia com os personagens principais, matando parte da experiência.

 

“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”: vale a pena?

Sou suspeito para falar, porque eu virei putinha da Marvel com o passar dos anos. Porém, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” é bem melhor do que alguns críticos andaram pintando por aí.

Ele não é o melhor filme do Marvel Cinematic Universe, nem de longe. Aliás, é bom você ter um nível de suspensão de descrença para embarcar na narrativa, pois até mesmo os personagens envolvidos na trama tendem a não acreditar no que estão vendo e vivenciando (neste aspecto, Hope representa parte da audiência).

Porém, mesmo com algumas decisões questionáveis na trama, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” tem um saldo positivo. É o melhor filme da trilogia com relativa facilidade (eu vi os dois primeiros antes de assistir ao terceiro, e ambos eram melhores na minha cabeça), pois entrega uma aventura diferente dos dois primeiros, e ao mesmo tempo, mais envolvente para a história que quer contar.

De qualquer forma, vá ao cinema com o pensamento de que esse é um filme do Homem-Formiga. Ou seja, espere a diversão da Sessão da Tarde. A trama não tem grandes complexidades, mas esconde algumas surpresas interessantes.

Uma das surpresas é que o final vazado foi alterado. Ou seja, quem passou meses lendo e ouvindo #spoilers terá algumas surpresas.

Do mais, é um filme que entrega. Os efeitos visuais estão ótimos, mostrando que a Marvel ouviu as críticas neste aspecto. O elenco é competente, e o longa não tem piadas em excesso, colocando o humor de forma mais orgânica.

Só não é um filme melhor porque tem um enorme ponto negativo: não tem o Luis! Como assim, Marvel? Como viver sem as versões dos acontecimentos narradas pelo Luis?

De qualquer forma, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” é um filme que passa de ano. Se você for para o cinema com mente e coração abertos, ele certamente vai divertir. E se você está atento para os paranauês da Marvel, com certeza vai entender que a Fase 5 do MCU começou de vez.

E… repito… quem não viu alguns projetos da Marvel no Disney+ não vai absorver a experiência completa, ou obter tudo o que o filme quer entregar. Esse conteúdo passou a ser relevante, para o ponto final que essa história deve ter.

E Vingadores: Dinastia Kang começou a ser contado lá atrás… quem sabe em Homem-Aranha: Longe de Casa, quando o termo Multiverso foi mencionado pela primeira vez…

 

P.S.: são DUAS cenas pós-créditos. Ou seja, tente não sair do cinema correndo por causa de sua bexiga explodindo depois de dois litros de refrigerante consumidos com um enorme balde de pipoca salgada.


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