Elon Musk é um ser humano com uma elevadíssima autoestima, e isso é fato. Independentemente do que você pensa dele e de suas opiniões, a capacidade do dono da Tesla em acreditar em si, no próprio potencial e em suas tecnologias é algo notável.
Musk lançou o Grok 3, um novo modelo de inteligência artificial desenvolvido pela sua empresa xAI. Ele descreveu o novo pacote como “a IA mais inteligente do mundo”.
Modesto e realista o moço.
Durante a apresentação, Musk destacou que o Grok 3 possui mais de 10 vezes o poder computacional de seu antecessor, o Grok 2, e que foi treinado em um supercomputador com 200.000 GPUs.
O modelo é projetado para competir diretamente com outras IAs avançadas, como o GPT-4 da OpenAI e o Gemini do Google. Mas pelo menos por enquanto, ele AINDA não consegue superar o o3, o modelo mais poderoso da OpenAI.
Será que é por isso que ele fez aquela proposta de US$ 97 bilhões pela compra da empresa liderada por Sam Altman?
Nem todo mundo concorda com Elon Musk
As reações da comunidade de especialistas sobre o Grok 3 foram em sua maioria positivas, mas não são unânimes em concordar com o otimismo de Musk.
Muitos reconhecem as capacidades avançadas do Grok 3 em tarefas como raciocínio lógico e resolução de problemas, mas o modelo ainda está alucinando em tarefas consideradas complexas, como é o caso da programação de software.
Musk afirmou que, em testes realizados, o Grok 3 superou outros modelos em benchmarks de matemática, ciências e codificação. O problema é que, pelo menos até agora (e isso já começou a mudar, pois alguns profissionais já colocaram as mãos na plataforma), não houve uma comparação direta com o GPT-4 Turbo, que é considerado um dos modelos mais poderosos disponíveis atualmente.
A xAI merece sim ser elogiada pelo o que alcançou com o Grok 3. Ter um mecanismo de autocorreção para justamente evitar as alucinações nos resultados é algo que ainda não foi pensado pela concorrência.
Mas o ceticismo sobre o poder de fogo do Grok 3 ainda existe, e não conseguir superar o o3 nessas tarefas mais complexas tira um pouco do barulho que o motor poderia fazer.
O “efeito DeepSeek”
Essa pressa em lançar o Grok 3 e até a afirmação enfática de Musk sobre sua eficiência são reflexos diretos da chegada do DeepSeek nessa briga.
Quando uma IA muito mais barata e igualmente eficiente chega para desafiar as gigantes norte-americanas, toda a concorrência se mobilizou rapidamente para tentar evitar o constrangimento em ter investidores questionando os executivos sobre a relação custo-benefício do dinheiro gasto com os chatbots atuais.
Para as Big Techs tradicionais, só dá para responder a tudo isso mostrando avanços reais e práticos. Porque os chineses gastando muito menos entregaram para o mundo muito mais do que as plataformas atuais sequer chegaram perto de oferecer para o grande público.
Ou seja, Elon Musk fala que o Grok 3 pode realizar uma neurocirurgia se quiser, mas não consegue na prática superar a melhor versão do ChatGPT, a principal IA do mercado.
A conta não fecha, Elon Musk!