Ao apresentar os novos smartphones da linha Pixel e todos os produtos de entretenimento e gerenciamento de funções domésticas, a Google deixa um recado bem claro: quer ser como a Apple. Ou pelo menos quer se aproximar ao máximo de seu conceito.
Não é surpresa essa medida. A Google está dessa forma querendo apostar em um formato de negócio que é bem sucedido no segmento de smartphones, e seguir essa estratégia pode ajudar a reforçar o Android como algo seu.
Porém, muitos entendem que você não deveria gostar muito dessa nova fase Pixel da Google.
De novo: reforço de identidade
A Google quer mesmo trazer a responsabilidade do Android para si e chamar o sistema operacional de “seu”, mesmo quando bem sabemos que já é dele. Porém, o grande público não sabe direito.
Uma forma de associar este sistema operacional à sua marca é lançando produtos com o seu conceito geral, e sem qualquer tipo de indicativo de outras marcas no produto. É o caso claro dos smartphones Pixel, que nós que estamos por dentro do tema sabemos que foram construídos pela HTC, mas que são dispositivos da Google.
A Apple faz o mesmo. O iPhone é fabricado pela Foxconn, mas é a gigante de Cupertino a responsável pela distribuição do produto em larga escala. E vem funcionando há quase dez anos.
Resultado: segunda maior vendedora de smartphones do planeta. E só agora e ameaçada pela Huawei.
O perigo dessa estratégia
A Google já domina o mundo. E em setores importantes.
Tem o principal serviço de buscas e é quem mais capitaliza com publicidade. Tem o navegador de internet mais usado nos desktops e dispositivos móveis. Tem o sistema operacional móvel mais utilizado. Tem a loja de aplicativos mais povoada do mercado…
Sem falar nos serviços na nuvem, plataforma de escritório em cloud e outros serviços bem populares.
Não estou afirmando que a Google se tornará líder do mercado de smartphones. Bom, não pelo menos tão já. Até porque a concorrência é voraz.
Mas o problema aqui é outro.
A Google, com o seu Made by Google, pode adotar a filosofia da Apple de oferecer apenas e tão somente dispositivos premium, com preços premium, e com filosofia “nós sabemos o que vocês querem”. No estilo pregado pela Apple durante muito tempo.
E mesmo a Apple esta mudando nesse aspecto, mudando alguns de seus conceitos e filosofias (iPad Pro que o diga).
Google perdendo sua identidade?
Ainda não. Mas pode acontecer.
Acho hoje a Google mais inovadora que a Apple, e tudo leva a crer que esse aspecto a empresa não vai perder.
Mas pode criar uma diferenciação de hardware que pode incomodar, por exemplo, os parceiros da empresa no Android. Algumas como a Samsung buscam a liberdade com sistemas operacionais alternativos, mas o duopólio Android/iOS é difícil de ser superado.
O futuro vai dizer se a Google será a nova Apple, buscando dominar com mãos de ferro os setores onde já é líder. Mas não sabemos se o Pixel será o suficiente para ser um supercampeão de vendas.