A discussão sobre qual deve ser o buscador padrão dos sistemas operacionais para diferentes plataformas continua, e não é de hoje. No passado, a Microsoft enfrentou alguns problemas ao tentar forçar a barra a favor dos seus browsers web. Agora, é o Google quem enfrenta a mesma dificuldade, sendo acusada de monopólio por se aproveitar do Android e de sua posição privilegiada no mercado mobile.
Da mesma forma que a Microsoft foi acusada no passado, mas nos PCs e em relação ao navegador padrão, onde o Internet Explorer era uma força dominante, até a chegada do Google Chrome ao mercado.
É a história se repetindo.
De qualquer forma, não podemos desconsiderar o fato que o Google possui uma enorme popularidade, e nem todas as políticas antimonopólio do mundo podem impedir que as pessoas tornem o motor de busca de Mountain View o mais acessado… pelo Bing!
Ser o mais procurado incomoda os outros
Em um dos tribunais europeus onde o Google tenta se defender das acusações de monopólio (mais precisamente em Luxemburgo), a visão de abuso de posição de mercado não é uma unanimidade. Pelo menos neste caso, o entendimento é que a gigante de Mountain View simplesmente possui o motor de busca maios popular entre os usuários.
O Google respalda essa teoria ao levantar os dados de participação de mercado do seu motor de busca, indicando que 95% dos internautas preferem o Google Search aos seus rivais. E usou como exemplo o Bing, ferramenta de busca da Microsoft, que possui como termo mais procurado o termo “Google”.
Não podemos dizer que o Google está errado no seu argumento, por mais que o mesmo pareça algo surpreendente para algumas pessoas. Afinal de contas, se a sua ferramenta de busca é, de forma espontânea, a mais procurada pela concorrência, onde estaria o abuso de posição de mercado neste caso?
Bom, alguns podem argumentar (e com razão) que a própria presença do Android em posição de liderança depois de tantos anos resultaram em uma ideia de consenso no consciente coletivo, quase dando a entender que “Google é sinônimo de buscas na internet”. Até mesmo por conta de expressões como “dá um Google” como referência em pesquisa na web, algo que a gigante de Mountain View utilizou como marketing durante um tempo.
Por outro lado, antes do Google chegar e dominar tudo, o Yahoo! era o principal motor de buscas na internet, e outras plataformas tiveram a oportunidade de dominar o segmento, inclusive nos PCs, que é um mercado onde a empresa de Mountain View não possui uma dominância conduzida pelo sistema operacional.
De qualquer forma, além dos argumentos apresentados pelo Google no caso, é preciso levar em consideração a capacidade de escolha dos usuários, além de verificar se as demais opções contam com as mesmas facilidades que aquelas originalmente oferecidas pelo Android.
E é por causa deste último ponto que o Google é muito questionado sobre a sua posição dominante. Na prática, todo mundo que tem um telefone Android tem como via mais fácil de pesquisa na internet a ferramenta de buscas de Mountain View, e as demais opções não são oferecidas com a mesma facilidade.