Você está em | Home | Notícias | Google é monopólio: o Android pode rodar?

Google é monopólio: o Android pode rodar?

Compartilhe

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando práticas antitruste do Google, com foco em seu domínio no mercado de buscas online.

Em termos práticos: o Google é acusado de controle absoluto do mercado de buscas na internet a partir de sua ferramenta, adotando práticas que contrariam a livre competição de mercado.

A investigação se intensificou após um juiz reconhecer que a empresa monopoliza o setor, semelhante ao caso da AT&T em 1984, onde a companhia foi obrigada a desmembrar suas operações para promover a concorrência.

 

O Google pode ser obrigado a “se dividir”

Entre as divisões que podem ser obrigadas a serem vendidas ou desmembradas estão o Android, o Chrome e o AdWords, três grandes ativos do Google.

O Android, sendo o sistema operacional mais utilizado em dispositivos móveis, é considerado o alvo principal, pois o Google impõe a instalação de seus aplicativos por padrão, dificultando a livre concorrência.

Essa imposição dos apps do Google no Android é um ponto central da investigação do DOJ, pois a medida limita a escolha do consumidor, favorecendo a gigante de Mountain View de forma direta em detrimento das concorrentes.

Vender o Android pode ser uma das consequências mais drásticas de uma eventual decisão judicial contra o Google, e nesse momento é difícil imaginar a empresa sem o seu sistema operacional.

O que não quer dizer que não é possível.

Uma solução menos severa que o DOJ pode considerar é a obrigatoriedade do Google em compartilhar dados de busca com concorrentes.

Atualmente, o Google coleta uma quantidade absurdamente maior de dados em comparação com seus rivais, o que lhe confere uma vantagem competitiva.

Essa medida poderia aumentar a transparência e permitir que concorrentes como Bing e DuckDuckGo ofereçam resultados mais precisos.

O DOJ também pode exigir que o Google permita que sites proíbam o uso de seus conteúdos para treinar modelos de IA, como o Gemini.

A medida visa proteger os direitos dos criadores de conteúdo e garantir que eles tenham controle sobre como seus dados são utilizados, especialmente em um cenário em que a IA está se tornando cada vez mais prevalente.

 

Alphabet pode recorrer

Até o momento, o Alphabet (empresa guarda-chuva que controla o Google) não se manifestou publicamente sobre as investigações ou as possíveis ações do DOJ.

A empresa provavelmente contestará qualquer proposta que vise desmantelar sua estrutura, o que pode prolongar o processo judicial e as discussões sobre a regulação do setor de tecnologia.

O que é certo é que o Alphabet certamente vai recorrer da decisão judicial, pois dessa forma pode adiar a execução das tais medidas mais drásticas contra a sua estrutura.

O caso atual do Google é frequentemente comparado a situações anteriores envolvendo monopólios, como o já mencionado da AT&T e o mais recente envolvendo a Microsoft.

No caso da gigante de Redmond, ela foi obrigada a modificar a forma em como oferecia os navegadores web, pois o Internet Explorer era integrado ao Windows de tal forma, que não permitia uma competição justa com outros softwares do mesmo segmento.

Hoje, o Windows tem que oferecer durante a parte final do processo de configuração outras opções de navegadores web, como Chrome ou Safari, junto com o Edge.

A divisão da AT&T em várias empresas menores e o fim do monopólio do navegador web da Microsoft no Windows são apenas dois exemplos como o governo pode intervir em grandes corporações para promover a concorrência, e isso pode servir como um precedente para o que pode acontecer com o Google.

 

Via BloombergThe Verge e Android Headlines


Compartilhe