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Gigantes da web não querem acabar com as fake news

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As notícias falsas são um dos principais problemas da atual era digital. As fake news buscam enganar o maior número possível de pessoas com informações fraudulentas, e nem chega a ser uma novidade. Porém, a facilidade em disseminar a desinformação alcançou um ponto onde é difícil estabelecer o que é real e não é, e evitar que as pessoas compartilhem isso.

As redes sociais são as principais fontes de disseminação de notícias falsas, e algumas medidas mais duras foram tomadas para tentar controlar esse comportamento, mas sem sucesso. As diversas plataformas responderam às fake news de diferentes maneiras, mas uma constante existe: todas são incapazes de eliminar por completo a prática nefasta.

Por outro lado, as próprias redes sociais não querem impedir a publicação das fake news, considerando que as mesmas não violam algumas de suas políticas de uso, mesmo que determinados mecanismos sejam adotados para uma melhor verificação de fontes.

O conceito de “fonte confíavel” é um mecanismo que não funciona, pois ele elimina o elemento de contraposição do jornalismo. Além disso, quem mais gerou notícias falsas na história da humanidade foram os governos, que nunca foram fontes confiáveis de informação.

E as grandes plataformas de internet não estão verificando se uma informação é real ou não. Deixa tudo nas mãos de jornalistas, meios de comunicação e verificação de informações. Mark Zuckerberg lavou as mãos sobre a questão em 2016, quando disse “somos uma empresa de tecnologia, e não uma companhia de mídia”.

O Google faz o mesmo, dizendo que oferecer uma informação confiável na internet é algo extremamente complexo, e que enfrenta o desafio melhorando os produtos e dificultando a ação daqueles que tentam difundir a desinformação.

Tais medidas servem para o Google posicionar melhor os conteúdos considerados confiáveis, mas não para eliminar as notícias falsas que ainda estão presentes, a poucas rolagens de página de distância.

O Facebook já indicou que as notícias falsas não violam os padrões de sua comunidade e, por isso, não faz nada contra elas. Só intervém quando as publicações com fake news infringem suas políticas em outras categorias (spam, discursos de ódio, contas falsas, etc). Só aí podem eliminar as contas, mas se a plataforma considera que a informação é apenas falsa, a rede social simplesmente a posiciona na posição mais baixa do feed, mas não apaga aquela postagem.

Ou seja, tudo fica nas mãos dos verificadores das plataformas, sem filtros adicionais. Além disso, tal resolução não é vinculante, e só informam que tal publicação foi classificada como falsa, mas não eliminam a postagem, que pode ser compartilhada do mesmo jeito.

 

 

 

Não podem e nem querem ser árbitros

 

 

As medidas tomadas pelas principais redes sociais dão mais contexto e melhores ferramentas para os usuários, mas todas deixam claro que essas plataformas não podem nem querem ser árbitros sobre o que é verdadeiro e o que não é. Essa missão fica nas mãos de jornalistas, meios de comunicação e verificadores de dados.

Ou seja, lavam as mãos sobre a questão. O que é algo muito perigoso. As redes sociais podem muito bem remover publicações falsas com maior agilidade do que os verificadores e jornalistas que tentam evitar a disseminação dessas notícias falsas. E não remover as postagens é o fim da picada, já que qualquer pessoa pode seguir compartilhando a mentira em questão.

E o problema não é resolvido.

 

 

 

A necessidade de alfabetização digital dos usuários

 

 

Os usuários precisam ser alfabetizados digitalmente para que possam identificar melhor uma informação verdadeira de uma notícia falsa.

O Facebook está investindo em soluções para que os usuários saibam em qual informação podem confiar, como a aba de artigos relacionados, que mostram notícias da web de veracidade comprovada, ou a aba que indica que o conteúdo a ser compartilhado foi classificado como falso por verificadores independentes.

O Google implementou mecanismos parecidos, onde algumas buscas mostram abas de páginas com informações confiáveis. O Twitter, na sua aba Explorar, também indica sites oficiais de órgãos autorizados em determinados materiais sensíveis.

 

 

 

O equilíbrio entre a informação confiável e a liberdade de expressão

 

As redes sociais alegam que não podem controlar todo conteúdo que circula dentro delas não apenas porque não é a principal missão das mesmas, mas também por não quererem receber a acusação de violar a liberdade de expressão.

Todas alegam mais ou menos a mesma coisa: não podemos impedir as pessoas de se expressarem, mesmo que a notícia em questão seja uma mentira. O problema é que esses usuários que publicam e disseminam fake news precisam ser punidos.

 

 

 

O “uso criminal” das redes sociais

 

 

No contexto da atual crise sanitária, a desinformação nas redes sociais ganham um especial protagonismo. Logo, é preciso estabelecer medidas legais para impedir que aqueles que contaminam a opinião pública saiam impunes.

Talvez uma reforma no Código Penal para introduzir penalidades legais contra a disseminação das fake news nas redes sociais e internet se faz necessária nesse momento, apesar de já existirem leis que podem resultar em punição pela divulgação de notícias falsas.

Nesse momento, o que podemos fazer é tentar proteger a maioria das pessoas de um mal que assola a nossa sociedade. Há uma grande investigação sobre o uso de esquemas corruptos e disseminação de notícias falsas durante as eleições, e o uso de redes de bots para subir hashtags a favor de determinados posicionamentos políticos já é algo conhecido por todos.

Chegou a hora do Brasil fazer alguma coisa sobre isso.


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