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Fujifilm está mais forte do que nunca, graças à nostalgia

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A Fujifilm conseguiu um ressurgimento no mercado de câmeras digitais, algo que parecia improvável. Até porque, convenhamos: com as câmeras dos smartphones mais potentes do que nunca, quem é que precisa das máquinas fotográficas convencionais?

Isso mesmo que você está pensando: os jovens da geração Z (que querem entender como que nós, membros da geração X, vivemos em um mundo pré-internet) e os nostálgicos, que agora têm dinheiro para comprar esses produtos.

O crescimento da Fujifilm foi alcançado graças aos modelos da empresa que evocam o charme vintage, rompendo com a tendência geral do setor e iniciando uma reflexão sobre esse comportamento de coletivo.

 

A estratégia de sucesso da Fujifilm

O smartphone matou a câmera digital, com as vendas desse produto despencando em 94% entre 2010 e 2023. O volume de unidades distribuídas saiu de 120 milhões para menos de 8 milhões em 13 anos.

O produto que dominou o campo da fotografia casual ou doméstica foi mesmo o smartphone, com sensores que evoluíram em qualidade, ao mesmo tempo que os custos de produção diminuíram ao ponto de qualquer telefone decente comercializado neste momento recebe um sensor de 50 MP, que é mais do que suficiente para boas fotos.

Mesmo assim, a Fujifilm encontrou um nicho lucrativo, apelando para a nostalgia e a estética analógica, especialmente entre a geração Z, que busca registrar fotos com a qualidade que era entregue na década de 90… por puro estilo.

A Fujifilm passou a se concentrar na qualidade e exclusividade, com produtos de alto valor que mantêm seu apelo a longo prazo. A empresa controla cuidadosamente a produção para equilibrar a oferta e a demanda, mantendo vivo o desejo por suas câmeras.

Cada iteração dos modelos populares da Fujifilm inclui melhorias técnicas, justificando atualizações e aumentando o interesse na busca pelos novos produtos que a empresa segue entregando a cada ano.

 

Como tudo isso se converteu em dinheiro

A divisão de Imagem da Fujifilm gerou 37% dos seus receitas em 2023, um recorde que a torna este o segmento mais rentável da empresa.

A demanda por seus modelos, como a X100VI, tem sido tão alta que a Fujifilm duplicou a produção inicial, mas ainda não consegue atender a todos os pedidos. Algo que até dois ou três anos atrás era considerado inimaginável para a empresa.

O desafio para o futuro é manter o equilíbrio entre exclusividade e satisfação da demanda, evitando a superprodução e longos tempos de espera para os clientes. Algo que a empresa deve ter em mente é que modas são passageiras, e esse desejo pelo vintage pode acabar sem aviso prévio.

Por outro lado, há quem diga que a nostalgia veio para ficar, justamente pela massa de usuários que viveram a década de 1990 como adolescentes, e que hoje são consumidores ativos.

Uma geração inteira que pode investir nos produtos e manter o volume de vendas por um bom tempo. E ainda pode passar essa paixão pelo vintage para as próximas gerações.

A Fujifilm é mais uma grande empresa que demonstrou que mesmo produtos obsoletos podem encontrar uma nova vida na era digital, embora a um preço que nem todos podem pagar.

Na verdade, quem mais está podendo pagar hoje é justamente quem não podia pagar antes, em um paradoxo que é, no mínimo, algo interessante.


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