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Fato: já dá pra jogar no Xbox sem ter um Xbox

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Para qualquer pessoa que está acompanhando o mundo dos videogames e, mais especificamente, todos os movimentos da Microsoft com o Xbox, esse artigo nem chega a ser uma novidade. É uma mera constatação dos fatos.

Mas é importante colocar uma boa dose de contexto para tudo isso.

Em fevereiro de 2024, Phil Spencer (aka “o chefão do Xbox na Microsoft”) confirmou publicamente em um podcast oficial da plataforma que haverá uma nova geração de consoles Xbox.

Essa fala veio após um e-mail enviado aos funcionários da divisão de jogos da Microsoft, destacando a necessidade de transparência junto aos fãs e consumidores.

Normalmente esse tipo de reforço narrativo não acontece no mundo da tecnologia. Por exemplo, a Sony não precisa ir até a imprensa para confirmar a existência de um futuro PlayStation 6 porque, oras bolas, nós sabemos que o PS5 terá um sucessor no futuro.

Então… por que Phil Spencer precisava falar que um novo console vem…

…para depois dizer que nem é preciso ter um Xbox para jogar os títulos do Xbox?

 

Olhe para trás, e você compreende o presente

A segunda geração do Xbox, que foi materializada pelo Xbox 360, foi um sucesso absoluto, rivalizando diretamente com o PlayStation 3 da Sony. O período marcou o auge da popularidade do console da Microsoft, que aparentemente sabia o que era necessário para derrotar a concorrência e dominar o setor.

Mas como todo mundo sabe, não foi isso o que aconteceu.

A sequência de decisões equivocadas com o lançamento do Xbox One com Kinect (mais caro que o PS4) e a recente retirada dos jogos físicos levaram a marca a uma fase de declínio, da qual a própria Microsoft admite ainda não ter se recuperado totalmente.

Até mesmo o lançamento de três novas versões do Xbox Series é algo altamente questionável para uma empresa que está claramente se distanciando do console tradicional.

Outro ponto que precisa ser colocado em reflexão é o papel da atual geração de consoles da Microsoft.

Apesar do Xbox Series X oferecer um desempenho superior ao PlayStation 5 em termos de hardware, a Sony conseguiu dominar novamente o mercado de consoles nesta geração. A guerra dos consoles continua, com o PlayStation liderando em popularidade e vendas.

Esse domínio do PS5 se deu não exatamente por causa de todas as possibilidades técnicas do console, mas principalmente por causa dos seus jogos exclusivos, algo herdado do PS4. A necessidade de se destacar além do hardware passa a ser algo vital para a Microsoft, que busca alternativas para se diferenciar e recuperar terreno.

 

O que passa pela cabeça da Microsoft sobre o Xbox nesse momento?

Os planos para a próxima geração do Xbox incluem um console de mesa sem unidade óptica, além de um salto tecnológico mais acentuado em relação ao Xbox Series, mas mantendo a tendência crescente de digitalização e acesso remoto aos conteúdos.

Há rumores sobre o lançamento de um console portátil, que poderia atrair um novo segmento de jogadores e expandir a presença do Xbox no mercado de dispositivos móveis. Esse movimento é interessante, considerando o fato de que boa parte dos atuais gamers de consoles estão migrando para o gaming mobile de alguma forma.

E levando em consideração que a Microsoft já conta com uma plataforma de jogos na nuvem que aparentemente é bem competente, oferecer a liberdade de rodar os jogos Xbox em qualquer dispositivo (e não apenas em um console) pode sim ser um movimento muito inteligente por parte da gigante de Redmond.

Na prática, a Microsoft está investindo na ideia de tornar o Xbox uma plataforma acessível de qualquer lugar, sem a necessidade de um console físico. A frase “You don’t need an Xbox to play Xbox” simboliza essa mudança estratégica que, sim, é necessária.

A integração do Xbox Cloud com dispositivos como o Amazon Fire TV Stick exemplifica essa abordagem, ampliando o alcance do Xbox para além dos consoles tradicionais. Dá até para dizer que este é o primeiro passo para o futuro da plataforma, que será independente do dispositivo e, ao mesmo tempo, muito mais conectada com as preferências dos jogadores.

A aquisição de estúdios como Zenimax e Activision Blizzard King fortaleceu significativamente o catálogo de jogos da Microsoft. E esses jogos agora podem ser facilmente incluídos no Game Pass, aumentando o valor do serviço.

O modelo de assinatura mensal do Game Pass, combinado com a plataforma de jogos na nuvem, está se tornando uma opção atraente para muitos jogadores, facilitando o acesso a partir de diversos dispositivos. E quem está por dentro do mundo dos videogames sabe que a Microsoft lucra mesmo é com as vendas de jogos e assinaturas de serviços, e não com as vendas dos consoles.

A próxima geração de consoles de videogames vai acontecer. Ela existe, mas está muito mais próxima de ser a última do que qualquer outra.

Tal e como acontece com vários outros segmentos do mercado de tecnologia, a modalidade de serviços está se tornando cada vez mais relevante no mundo do entretenimento, e com o setor de videogames mais ainda. As mídias físicas estão desaparecendo de uma vez por todas, e a Microsoft está se posicionando para liderar essa transformação, buscando equilibrar hardware e serviços neste primeiro momento.

Logo, Phil Spencer afirmar que você não precisa de um Xbox para jogar os games do Xbox é a mais pura verdade, e não é exatamente uma novidade. A estratégia atual da Microsoft pode redefinir o mercado de consoles, tornando o Xbox um ecossistema de jogos mais flexível e acessível…

…e acabando com o console Xbox para sempre.


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