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Facebook pagou para jovens instalarem VPN que espiava seus dados

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O Facebook ganhou sua má reputação em termos de privacidade por “méritos próprios”. Há seis anos, a rede social comprou a Onavo, uma empresa dedicada às estatísticas de dados móveis e, com isso, começou a coletar dados que mais tarde seriam cruciais em decisões tão importantes como a compra do WhatsApp, por exemplo. Mas a empresa liderada por Mark Zuckerberg não se limitou a obter nossos dados para entregar essas informações para outras empresas.

Segundo o TechCrunch, desde 2016 o Facebook pagou aos usuários entre 13 e 35 anos para instalar o Facebook Research, uma VPN que permitia à empresa conhecer toda a nossa atividade na web. Um programa com pagamentos de até US$ 20 por mês ou mais, dependendo das referências obtidas.

 

 

Até US$ 20 por mês, mais recompensas por referências

 

 

O funcionamento do Facebook Research seria equivalente ao Onavo Protect, uma VPN que estava disponível para dispositivos iOS. E nós dizemos “estava”, porque a Apple decidiu que este aplicativo violava a política de privacidade da App Store, eliminando o app de sua loja em agosto de 2018. Diferente do Onavo, o Facebook Research não é instalado através de uma loja de aplicativos de terceiros. Logo, não está sujeito à política de privacidade de outras empresas.

Jovens e adultos podem acessar o Facebook Research através de um formulário. Depois de registrado, o arquivo de instalação para iOS ou Android é enviado e, em seguida, um pagamento inicial de US$ 5, que pode alcançar os US$ 20 por mês. E esse valor poderia aumentar, uma vez que permitia obter um adicional de US$ 10 dólares por cada remessa. Algo que, de acordo com alguns usuários, permitia obter mais de US$ 1.000 em poucos meses.

Sendo um aplicativo VPN com acesso a dados confidenciais, o Facebook Research solicitou permissões especiais para para funcionar. Durante o programa, de acordo com o TechCrunch, o Facebook Research até solicitou telas de histórico de compras da Amazon para os usuários participantes do sistema.

uTest, Applause e BetaBound foram alguns dos serviços utilizados para o “Projeto Atlas”, o nome que esse programa recebeu, cujo objetivo seria encontrar novas tendências em toda a web.

 

 

Projeto Atlas: sem espaço em lojas como a App Store

 

 

O programa colocava em risco a privacidade dos usuários e esse foi um motivo mais que suficiente para a Apple decidir remover o aplicativo de sua loja. Mas o Facebook não concordou com essa decisão.

Até os menores de idade podiam participar, mas os usuários com até 18 anos de idade precisavam co consentimento dos pais. Uma solicitação de aprovação era feita através dessa mensagem:

“Não há riscos conhecidos associados a este projeto. No entanto, você está ciente de que, por sua própria natureza, esse projeto inclui um rastreamento de informações pessoais por meio dos aplicativos usados ​​pelo seu filho. Você será recompensado pela Applause em função da participação do seu filho.”

Mas o uso do Facebook Research foi além do conhecimento do uso de aplicativos. De acordo com a empresa Applause, essas informações também incluíam dados sobre o histórico da web e até mesmo quando um aplicativo usa informações criptografadas (mas sem identificar as informações em si). Outro intermediário do Facebook neste programa, o uTest, enviou anúncios geo localizados durante o uso de aplicativos como Snapchat ou Instagram. Sempre sob a premissa que esses anúncios ofereciam recompensas monetárias aos usuários.

De acordo com o Facebook, menos de 5% dos usuários do Facebook Research eram menores. De qualquer forma, “não há nada de secreto no Facebook Research. Não há espionagem de todas as pessoas que participaram de um programa transparente, onde foram questionadas sobre suas permissões e foram pagas por isso.”

A polêmica está servida.

 

Via TechCrunch


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