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Está difícil entender para onde vai o iPad…

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A Apple é aquela empresa que já se acostumou a não agradar a todos. Ou a desagradar os que são descontentes com tudo.

A gigante de Cupertino apresentou uma série de novidades ontem (18) para as vendas de final de ano. Na verdade, dois novos iPads e um Apple TV 4K que ficou menos caro, mostrando que a empresa quer competir com tudo no segmento de set-top box, principalmente porque serviços como o Apple TV e o Apple Music estão bombando.

Porém, algumas pessoas se sentem confusas com a estratégia da Apple com o iPad. Novos modelos com poucas novidades e preços absurdos estão no pacote da incompreensão.

Será que a Apple quer mesmo matar o iPad dessa vez?

Vamos tentar descobrir.

 

Novo iPad Pro com poucas novidades e muito mais caro

Alguns críticos acusam a Apple de, mais uma vez, ser conservadora na renovação do iPad Pro, que recebeu poucas melhorias em relação ao modelo da geração anterior (com chip M1, lançados em 2021). Por outro lado, os valores ficaram entre 19,3% e 29,5% mais caros nas novas versões.

Será que essas poucas novidades justificam o aumento dos preços das novas versões do iPad Pro? Será que o chip M2 é tão mais caro assim? Ou será que os novos sensores fotográficos explicam os reajustes (mesmo que um tablet não seja o melhor dispositivo do mundo para registrar fotos).

Tudo bem, a dinâmica da economia global variou muito, com uma inflação que é uma realidade e as variações cambiais do Euro, do Dólar e do Real. Mesmo assim, é um aumento acima da média estabelecida pela própria Apple nos últimos anos (15%), e mesmo que o novo iPad Pro (2022) seja excelente, não é correto dizer que os valores inflacionados estão justificados pelas características do novo hardware.

E, por incrível que pareça, o estrago promovido pela Apple aqui ainda não é o mais drástico.

 

O iPad de 10ª geração sofreu mais nas mãos de Tim Cook

Já o iPad de 10ª geração recebeu um número maior de novidades e modificações, o que poderia deixar esse reajuste de preço algo mais plausível e aceitável. Mas não é bem assim que a banda toca, obviamente.

O aumento nos valores dos modelos da nova geração do iPad podem chegar a 50%, o que certamente é feito para espantar muitos compradores em potencial (ou para tentar forçar o cenário de compra de modelos mais caros, mesmo que sejam da geração anterior). Para piorar ainda mais a situação, o novo modelo do tablet básico da Apple só suporta o Apple Pencil DE PRIMEIRA GERAÇÃO, algo que é considerado absurdo para qualquer empresa de tecnologia.

Para quem ainda não percebeu o que aconteceu aqui, o iPad de 10ª geração é compatível com uma versão do Apple Pencil que só carrega pela porta Lightning, mas é um dispositivo que só possui a porta USB-C. Ou seja, ou você tem aquele pequeno e quase imperceptível adaptador para essa porta (que é pequeno o suficiente para desaparecer com relativa facilidade), ou você que lute para comprar um carregador de terceiros compatível com essa tarefa.

Isso é um incômodo enorme para os usuários multitarefa, pois basicamente não poderão utilizar o iPad para outras finalidades que não seja carregar o Apple Pencil. E, repito: nada de compatibilidade com a segunda geração do acessório, o que é algo absurdamente contraditório para qualquer produto de tecnologia que preste.

O que custava a Apple lançar a borda magnética para que o Apple Pencil de segunda geração se tornasse compatível com esse novo iPad básico? Afinal de contas, quando você inflaciona o produto de uma geração para outro dessa forma, deixar um recurso como esse de forma chega a ser algo bem estúpido.

Além disso, a câmera no modo paisagem e as 14 teclas de função do case teclado não estão disponíveis no iPad Pro, mesmo que o seu hardware se pareça mais com um computador do que o modelo básico. E pela segunda geração consecutiva, o iPad Pro de 11 polegadas ainda não conta com a tela miniLED, que está restrita ao modelo de 12.9 polegadas.

E a cereja do bolo é esse iPad Pro de 12.9 polegadas com 2 TB de RAM, que tem preço que pode custar a mesma coisa de um iPad Pro M2, mas sem contar com o potencial para explorar todas as possibilidades de hardware disponíveis. E, convenhamos… quem é que vai armazenar esse enorme volume de dados em um tablet?

A conclusão de tudo o que eu escrevi aqui é: a Apple me confunde o tempo todo com essa estratégia meio aleatória do iPad, e fica realmente difícil entender qual é o caminho que o tablet da empresa vai tomar nos próximos anos.

Fica mesmo a impressão até desconfortável que a gigante de Cupertino não está se importando muito com esse tipo de produto, e o seu desaparecimento poderia até atuar como grande favor para Tim Cook, que deve sentir dores de cabeça a cada período de lançamento de novos tablets.


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