O Xbox Series S foi lançado pela Microsoft em novembro de 2020, e é o modelo mais acessível dos consoles de última geração da gigante de Redmond.
Seu preço no Brasil está entre R$ 2.999 (modelo branco, com 512 GB de armazenamento) e R$ 3.500 (modelo carbon, com 1 TB de armazenamento) para unidades novas, e ainda é atraente para quem busca um modelo compacto e menos caro que o Series X…
…apesar do aumento de preço do produto no Brasil.
Muitos lá fora estão tentando usar o Xbox Series S como computador de mesa. Será que isso é possível? E… vale a pena o trabalho que dá para alcançar esse objetivo?
Em teoria, é possível…
O Xbox Series S é um PC de entrada bem competitivo, considerando as suas especificações técnicas.
Com um chip 8C/16T, 10 GB de memória compartilhada e 512 GB de armazenamento em SSD, o console oferece um desempenho bem ajustado para os jogos.
Porém, muitos gamers mais exigentes alegam que suas configurações não atendem completamente às expectativas na resolução e taxa de quadros.
Algo que é absolutamente normal e até lógico. A Microsoft não escondeu de ninguém que os usuários que queriam mais nesses aspectos teriam que pagar a mais por isso.
O Xbox Series X oferece mais no resultado final para os gamers mais exigentes. O Series S é o mais recomendado para os jogadores casuais.
Agora, olhando para a possibilidade do uso do Series S como PC, uma das principais vantagens da iniciativa é justamente a facilidade no uso prático como desktop.
É muito fácil conectar periféricos como teclado, mouse e webcam no Xbox Series S, sem apresentar problemas de compatibilidade para o usuário.
Dessa forma, qualquer pessoa pode utilizar o videogame como um computador básico para as tarefas mais simples do dia a dia, como navegação na internet, leitura de e-mails e produção de textos mais básicos.
Sem falar que o seu design compacto e discreto faz do Series S uma opção esteticamente agradável para qualquer usuário que precisa de um PC operacional em bancadas de trabalho com pouco espaço.
…mas existem algumas limitações
Uma vez que estamos realizando tarefas em um produto que, de forma nativa, não foi projetado para isso, é claro que existem algumas limitações no uso do Xbox Series S como um computador desktop.
A lista de aplicativos disponíveis na loja oficial é bem limitada, o que dificulta a vida dos usuários que precisam de um computador para tarefas mais complexas ou específicas.
O que faz total sentido. Com essas configurações, o Series S só pode ter um uso como PC considerado como um computador básico, para as tarefas mais cotidianas.
Quem pensar em ir além disso perdeu simplesmente a noção da realidade.
De qualquer forma, o Series S é totalmente funcional com o navegador web Edge, o que já é uma mão na roda para o uso de aplicativos online.
Ou seja, é possível pelo menos utilizar o Google Docs no console da Microsoft, além de permitir a leitura de e-mails no Gmail e o acesso a qualquer outra plataforma online.
Para usar o console para rodar os jogos do PC, é necessário contar com serviços intermediários como o GeForce Now da NVIDIA. E aqui, encontramos outras limitações.
O GeForce Now pode até funcionar no Series S, mas com uma latência que vai influenciar negativamente na experiência de jogo.
A dependência dos serviços de streaming na maior parte do tempo é um problema para quem quer utilizar o console para o jogo de PC online de forma mais fluída.
Até porque você não vai conseguir instalar os jogos de forma direta no console. Lembre-se: você não está utilizando o Windows no Series S, mas sim o sistema operacional proprietário que já está instalado no console.
E por falar nessa plataforma…
O sistema do Xbox Series S não está refinado pra o uso como PC. O teclado na tela aparece frequentemente ao tentar digitar, e a navegação em aplicativos online pode ser frustrante na maior parte do tempo.
Digo isso porque falhas de sincronização e problemas de login nos jogos são efeitos colaterais que aparecem o tempo todo na tela.
E a tendência aqui é você desistir do uso do Xbox Series S como PC, pois a frustração pelas falhas não compensa a (teórica) economia que você faz nessa adaptação.
A falta de um “modo Windows” no Xbox é a maior prova de que a Microsoft sequer cogitou a possibilidade de o usuário querer ter um computador de mesa através do console, mesmo com todo o seu potencial.
Quem sabe no futuro, quando a Microsoft decidir abandonar o formato de console para o Xbox, e essa pequena caixa na sua casa ficar parcialmente obsoleta.