Ontem (23), eu perguntei aqui no blog se o hype dos patinetes elétricos no Brasil estava morto, e eu levantei alguns possíveis motivos para a queda de popularidade do serviço e a consequente diminuição das cidades onde algumas das empresas iriam fornecer os seus veículos em nosso país.
Porém, eu me esqueci de um fator que considero muito importante para a equação que explica a queda da popularidade dos patinetes elétricos no Brasil: alguns brasileiros que acham que são mais espertos que os outros, e que decidiram vandalizar os veículos que estavam nas ruas.
Mercado (ilegal) de revenda de patinetes elétricos
Os crimes estavam acontecendo em São Paulo (SP), onde patinetes elétricos da Yellow e Grim eram furtados e revendidos na internet por um preço médio de R$ 600. O grupo de bandidos contava até com funcionários da Grim que ficava com os veículos roubados de diferentes pontos da cidade.
As suspeitas recaíram a alguns funcionários e terceirizados e, de fato, havia um esquema para os furtos dos patinetes acontecerem: o GPS era retirado dos veículos, que eram levados para outro local e modificados (mudando a pintura e outras características estéticas). Os carregadores e baterias eram furtados dos galpões da empresa e, no final, os patinetes eram revendidos na internet por R$ 600.
A “esperteza” de alguns brasileiros ajudaram a ferrar com o serviço de patinetes elétricos no Brasil. Aliás, tem um grupo de brasileiros que se colocam na “média” da sociedade que acabam estragando praticamente tudo o que poderia dar muito certo por aqui.
Não foram revelados quantos patinetes foram furtados, ou qual foi o prejuízo que a Grow (empresa que administra a Grim e a Yellow) sofreu com o incidente. Porém, desde 1 de janeiro de 2020, as operações das duas empresas que forneciam os serviços de modal alternativo estão suspensas nas zonas leste e norte de São Paulo, alegando que o serviço se tornou insustentável na regão. O menos grave de tudo isso é que essa suspensão (segundo a Grow) é temporária.
A índole de alguns brasileiros precisa ser estudada
Além de todos os problemas que eu levantei no post que publiquei ontem, eu sou obrigado a acrescentar a parte da culpa do brasileiro médio. Não dá para esconder o sol com a peneira, pois infelizmente tem muito brasileiro por aí que tem um verdadeiro espírito de porco, ferrando com tudo o que pode ser legal e produtivo.
E eu não estou falando especificamente dos criminosos que estavam roubando os patinetes da Grim e da Yellow. Eu cansei de ver muitos usuários simplesmente jogando os veículos de qualquer jeito nas calçadas, ou deixando em locais totalmente inadequados, atrapalhando a vida dos pedestres e prejudicando os equipamentos.
Reclamamos da legislação inexistente (e, quando existe, são leis que prejudicam as empresas que prestam o serviço), reclamamos dos preços praticados (que são fora da realidade do brasileiro médio), mas também temos que reclamar do brasileiro médio, que ferra com tudo por aqui. E eu não estou generalizando: quem não se reconhece como culpado nessa história, pode ficar com a consciência tranquila.
Porém, a “culpa” pelo fim do hype do patinete elétrico no Brasil também passa por boa parte dos usuários. E isso é inegável.
Via Tecnoblog, Polícia Civil, Agora, UOL