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É o fim da Samsung?

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Acontece com uma, acontece com a outra. Se eu ousei fazer essa pergunta para a Apple, eu devo fazer o mesmo para a Samsung, uma vez que o cenário se repetiu. E eu fico me perguntando se vou precisar fazer o mesmo post para a LG (que repetiu o movimento das duas primeiras) ou para outros fabricantes de telefonia móvel.

Fato é que a Samsung também informou para os seus investidores que vão lucrar menos do que o esperado, revendo os números de suas receitas para baixo. E aqui o cenário é ainda mais sério do que aquele estabelecido pela Apple, e mesmo que a resposta para a pergunta que dá título para esse post seja um contundente NÃO, é preciso colocar alguns asteriscos ao lado dessa resposta negativa.

Os números da Samsung são mais sérios. A empresa vai lucrar apenas US$ 9.6 bilhões no saldo final dos números relacionados ao quarto trimestre de 2018 (a confirmar, já que o relatório financeiro ainda não saiu). Em termos práticos, a Samsung pode registrar uma queda de 29% nos seus lucros líquidos em comparação com o trimestre anterior.

O mais inusitado de tudo isso é que a Samsung também vai registrar quedas nas suas receitas depois de registrar lucros recordes no terceiro trimestre de 2018. Tal e como aconteceu com a Apple.

O que torna a situação dos coreanos mais séria é que a Samsung não depende apenas de um único produto para ter lucros ou prejuízos. Há toda uma gama de variadas oportunidades para a empresa fazer dinheiro. E, mesmo assim, ela vai registrar quedas nas receitas.

 

 

Cenários semelhantes, erros semelhantes

É claro que a Samsung sofreu do mesmo mal da Apple. O preço do Galaxy Note 9 é algo simplesmente surreal, e o dispositivo não traz novidades que justifiquem um preço altíssimo. O que atenua a situação no caso dos coreanos é que o Galaxy S9 e Galaxy S9+ estão com preços mais aceitáveis, e a empresa não depende exclusivamente de um único smartphone para ser lucrativa (o Galaxy Note 9 é apenas uma pequena fração dos lucros alcançados pela Samsung hoje).

O que realmente preocupa no caso da Samsung é que não basta apenas perder dinheiro com os seus próprios dispositivos. É preciso perder dinheiro de forma indireta com os dispositivos dos outros.

Com todo o mercado de smartphones em movimento de queda nas vendas, a Samsung deixa de fornecer componentes para os demais fabricantes de dispositivos. Incluindo a Apple, que utiliza vários dos seus componentes.

Ou seja, se a Apple deixa de vender iPhones, é prejuízo para a Apple e para a Samsung também. Por tabela.

 

 

Não é o fim, mas é a primeira trombeta do apocalipse tocando

É claro que não é o fim da Samsung. Bem longe disso. A empresa atua em tantos segmentos de mercado, que é quase uma heresia eu produzir um título como esse. É click bait dos mais descarados da minha parte. E eu não tenho vergonha nenhuma em assumir isso.

Porém, é um sinal de alerta mais que ligado, e o efeito colateral que atingiu em cheio a Apple é o mesmo. Com a bolha do crescimento do mercado de smartphones oficialmente estourada, e com uma mudança de comportamento do consumidor consolidada, a Samsung, assim como a Apple, terá que rever conceitos para reverter esse quadro.

Mais do que isso: terá que se reinventar para não perder a liderança no mercado global de smartphones. Algo que muitos consideravam improvável nunca esteve tão perto de acontecer. Especialmente quando percebemos claramente que a Huawei entendeu como deve jogar as cartas do jogo, e está mais acertando do que errando com os seus mais recentes lançamentos no mercado mobile.

Em resumo: não é o fim da Samsung, mas ela nunca esteve tão próxima de perder a liderança no mercado mobile.

E, querendo ou não, essa é uma forma do mundo da Samsung acabar. Ou parte desse mundo.


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