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E a Motorola FINALMENTE “entendeu” que não era tão clara ao falar da RAM Boost…

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Mais uma vez, eu estava certo em relação aos erros da Motorola.

Sempre fui um severo crítico sobre o entendimento que a Motorola tinha sobre as janelas de atualização do Android, entendendo que apenas dois anos de updates eram uma vergonha. E nos últimos lançamentos de smartphones top de linha ou premium, a empresa passou a entregar cinco anos de atualizações.

Não é o mundo perfeito, mas é bem melhor do que antes.

Agora, a Motorola FINALEMNTE ENTENDEU (ou se viu obrigada a isso) que a sua estratégia de comunicação sobre a famigerada tecnologia RAM Boost flertava com uma propaganda enganosa. E eu bati nessa tecla por muito tempo.

Pelo visto, outras pessoas se incomodaram com isso também. E a Motorola teve que fazer mudanças para deixar tudo mais claro para o cliente.

 

O Reclame Aqui não mente jamais

A Motorola sempre enfrentou duras críticas devido à forma como comunicou a tecnologia RAM Boost em seus smartphones. Modelos como o Moto G75 e o Edge 50 Ultra eram vendidos com uma “quantidade excepcional de memória”, quando a realidade prática era bem diferente da propaganda apresentada.

A empresa priorizou a divulgação dessa função em detrimento da especificação real da memória RAM física, o que sempre gerou uma óbvia confusão entre consumidores. Por diversas vezes os produtores de conteúdo mais sérios (como é o meu caso, que comanda o TargetHD.net há 16 anos), se esmeraram em fazer o trabalho que a Motorola se recusava a entregar: esclarecer para o consumidor as diferenças entre a RAM física (que é a memória nativa do dispositivo) e a RAM Boost (que é nome gourmetizado que a empresa deu para a RAM Virtual).

O problema ganhou destaque após reclamações registradas no site Reclame Aqui, onde muitos usuários relataram sentir-se enganados ao descobrir que os valores anunciados não correspondiam à RAM efetiva, mas sim a um recurso de memória virtual.

A prática, que durou mais de um ano, só foi revisada pela fabricante após intervenção do site Tecnoblog em janeiro de 2025, resultando em ajustes nas páginas de produtos para incluir ambas as informações.

E isso, porque a Motorola só deu atenção quando um grande veículo de tecnologia falou sobre o assunto. O TargetHD.net fez críticas à empresa por essa prática bem antes do Tecnoblog, e é importante deixar esse registro para os mais desavisados.

 

A diferença entre RAM física e RAM virtual

Tecnicamente, a memória RAM é um componente físico essencial para o desempenho do aparelho, responsável por processar tarefas em tempo real. É a memória nativa, um componente de hardware que não pode ser modificado ou substituído sem um trabalho de bancada ou assistência técnica.

Já o RAM Boost é uma função que expande temporariamente a capacidade de processamento usando parte do armazenamento interno como memória virtual. O recurso é comum em smartphones Android de marcas como Samsung, Xiaomi e, é claro, a Motorola.

A diferença mais relevante entre os dois padrões de memória está na velocidade de leitura dos dados: a RAM física é significativamente mais rápida que a memória de armazenamento adaptada para essa função.

A ideia da RAM virtual não é uma novidade no mundo da tecnologia. Ela foi “inspirada” dos tempos do Windows 95, que adotou essa mesma estratégia para oferecer uma maior fluidez ao sistema operacional em computadores com hardware mais limitado.

Porém, é um recurso que, na prática, nunca funcionou direito. Até porque o tipo de armazenamento que o Windows utilizava para expandir a RAM na época era o HD mecânico, que era muito mais lento que os HDs mais recentes.

Sempre tive minhas reticências sobre o uso da RAM virtual no PC e no smartphone, pois o recurso nunca funcionou direito. Na prática, é um placebo para enganar o Android e, por tabela, o consumidor, que se ilude com os números inflados das páginas oficiais dos fabricantes e dos e-commerces que vendem os produtos.

Christian Printes, especialista em direito do consumidor do Idec, alerta que a falta de clareza na divulgação por parte da Motorola pode configurar propaganda enganosa, já que os consumidores não têm acesso imediato a dados essenciais para escolhas conscientes.

Ele ressalta que, embora inovações como o RAM Boost possam ser destacadas, é essencial explicar seu funcionamento de forma imediata e acessível.

A prática da Motorola contrasta com boa parte do mercado de telefonia móvel, onde a RAM física é priorizada, com exceção da Apple (que tem um iOS otimizado), que omite especificações técnicas em suas páginas oficiais.

 

A Motorola se defende

A Motorola, após ser questionada, reformulou parte de sua comunicação, destacando tanto a RAM física quanto o RAM Boost em materiais oficiais.

A empresa defendeu a eficiência de sua tecnologia, afirmando que ela consome menos espaço de armazenamento comparada a concorrentes (ex.: 4 GB de RAM Boost consomem 1,3 GB de armazenamento) e utiliza inteligência artificial para otimizar o uso conforme a necessidade do usuário.

No entanto, mesmo após as mudanças, alguns modelos como a página do Edge 50 ainda exibem números elevados para a RAM Boost (como “24 GB”) em destaque, o que pode manter a ambiguidade para quem não lê as especificações completas.

Em caso de dúvidas, você pode acessar páginas especializadas em tecnologia, como é o caso do TargetHD.net, pois sempre temos o compromisso de entregar a transparência nos dados, apenas para evitar que os clientes acabem comprando um produto que não entrega tudo o que promete.

Quanto à Motorola, ela que melhor a sua comunicação com o cliente. Simples assim.


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