Já não era um segredo para ninguém. Só aconteceu uma confirmação oficial.
A Sony não atravessa o seu melhor momento no mercado de telefonia móvel. Seus smartphones, por mais atraentes e interessantes que sejam (e são interessantes) não conseguiram atrair as vendas da mesma forma que fizeram os seus concorrentes diretos, e o seu último modelo top de linha, o Xperia 1, sequer chegou ao mercado ainda.
Esse cenário de caos resultou em uma mudança de estratégia corporativa da Sony que era ventilada nos últimos meses, e chegou a ser oficialmente anunciada inclusive aqui no Brasil. A empresa japonesa confirmou que abandonou determinados mercados ao redor do mundo, e revelou em quais mercados a sua divisão de dispositivos móveis vai centrar os seus esforços, em busca de uma recuperação.
Em recente reunião corporativa, a Sony anunciou que planeja centrar os seus esforços comerciais exclusivamente no Japão, Taiwan, Hong Kong e Europa. O mercado norte-americano foi abandonado há muito tempo e, ao que tudo indica, os japoneses não estão interessados em mercados com considerável potencial, como Brasil, Rússia e China.
Sony vai repetir a estratégia (fracassada) da HTC
O mapa de exclusão da Sony também revela outras regiões onde deixou de colocar foco no seu segmento de dispositivos móveis: África, Índia, Austrália, sudeste asiático, Oriente Médio e Canadá.
É um cenário bem deprimente, e que mais parece uma desistência da competição pelo mercado de smartphones do que um grande plano de recuperação do segmento mobile da Sony. Se o objetivo é fazer da empresa mais rentável no setor com uma redução de gastos operacionais, deixar mercados considerados chave como a Rússia e a China pode ser um erro fatal.
Aliás, a estratégia lembra o que a HTC fez em um passado não muito recente. A empresa abandonou quase todas as regiões do planeta (Brasil, inclusive), e centrou os seus esforços em apenas sete países. O resultado disso? A HTC está quase extinta no mercado mobile.
A Sony espera mudar o rumo do seu negócio de smartphones ao longo dos próximos anos em um foco mais centrado em poucos países. Será que com ela essa estratégia dá certo?