A “Stop Killing Games” (ou “Pare de Matar Jogos”, em livre tradução) é uma iniciativa cidadã lançada por um grupo gamers europeus que está fazendo um baita barulho no continente.
Seu objetivo é propor uma legislação à Comissão Europeia para proteger jogos descontinuados, que podem simplesmente desaparecer pelo descaso dos desenvolvedores de jogos.
A iniciativa utiliza um mecanismo habilitado pela UE, similar às iniciativas legislativas populares no Brasil como petições e consultas públicas, exigindo um mínimo de um milhão de assinaturas para ser considerada pela Comissão Europeia.
E precisamos conversar sobre isso, pois é um assunto importante para os gamers.
Por que isso é importante?
A descontinuação de jogos tem se tornado um problema recorrente no setor de videogames, afetando tanto jogadores quanto desenvolvedores.
Não são poucos os casos dos jogos que são tirados do ar de forma definitiva, impossibilitando seu acesso por tempo indeterminado, mesmo que ainda possuam uma base de jogadores ativa.
A iniciativa busca garantir que, mesmo após o desligamento dos servidores, os jogos permaneçam operacionais em um estado “razoável”, preservando o investimento dos jogadores e a longevidade dos jogos.
Registrada em 19 de junho, a “Stop Killing Games” começou a coletar assinaturas em 30 de julho. Até o momento, a campanha já obteve 47.615 apoiadores, mas ainda está longe do necessário para ser considerada pela Comissão Europeia.
A falta de visibilidade e o período de férias escolares na Europa podem estar contribuindo para o baixo número de assinaturas.
Por outro lado, a inciativa precisa ter uma maior divulgação para obter um maior apoio da comunidade gamer.
Demandas específicas
A principal demanda do grupo é que os desenvolvedores sejam legalmente obrigados a manter os jogos operacionais em um estado funcional, mesmo após o desligamento dos servidores.
Isso inclui tanto jogos pagos quanto gratuitos com microtransações, visando evitar que jogos relativamente novos sejam tornados inacessíveis por decisões comerciais.
A descontinuação de jogos não afeta apenas o acesso dos jogadores, mas também o legado e a preservação cultural dos videogames.
Títulos que poderiam ser jogados por décadas são encerrados prematuramente, e as novas gerações simplesmente não poderão testar esses títulos.
Em contraste, muitos jogos antigos ainda são jogáveis e apreciados por conta de toda a moda retrô que está presente nesse momento.
Ou seja, está mais do que evidente a necessidade de políticas que permitam a continuidade e preservação dos jogos modernos.
Diversos jogos lançados na última década foram descontinuados, apesar de ainda possuírem uma base de jogadores ativa.
Diferente do que acontece com jogos dos anos 90, que ainda estão disponíveis e operacionais pelas características dos consoles do passado, que são totalmente offline e contam com mídias físicas.
A iniciativa visa prevenir que essa prática continue, protegendo tanto o investimento financeiro dos jogadores quanto o acesso a experiências dos jogos.
O que acontece a seguir
Com a coleta de assinaturas em andamento, os próximos passos incluem a intensificação da campanha de divulgação para alcançar o número necessário de apoiadores.
Caso a iniciativa obtenha sucesso, pode ao menos iniciar uma discussão para a criação de uma legislação europeia sobre a preservação dos videogames.
E o mais importante: se a iniciativa virar lei, cria um precedente para a preservação digital e direitos dos consumidores ao redor do mundo.