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De Volta à Ação, e a festa de retorno de Cameron Diaz e Jamie Foxx

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Antes de mais nada… sejam bem-vindos de volta, Cameron Diaz e Jamie Foxx.

Por motivos completamente diferentes, mas igualmente relevantes, essa dupla de competentes e carismáticos atores voltaram para a atuação, o que é sempre ótimo para nós, fãs de cinema. Entendo que o trocadilho do nome De Volta à Ação se encaixa perfeitamente nessa perspectiva da vida real, e estou genuinamente feliz pelos dois.

Dito isso, não espere muito do filme. Mesmo. Ele existe para que você se divirta ligando o modo de suspensão de descrença o tempo todo. E se você reclamou dos problemas desse filme, azar o seu: vem trilogia por aí.

 

Do que se trata?

O filme mostra os dois ex-espiões da CIA, Emily (Cameron Diaz) e Matt (Jamie Foxx), que decidem se aposentar para construírem uma família juntos.

15 anos após a primeira gravidez de Emily, o casal está longe dos riscos envolvidos na espionagem, mas lidando com os desafios de lidar com filhos adolescentes, o que é sempre muito pior do que desarmar bombas ou saltar de aviões em chamas.

Mas pior do que ter uma filha namorando um aluno mais velho e completo desconhecido é ter identidades secretas expostas. E é o que acontece com Emily e Matt.

O passado vem à tona para puxar o pé do casal, que se vê obrigado a voltar para os tempos de perseguição de carros e tiros contra inimigos mortais, pois depende deles a segurança de todos os demais agentes.

O único grande ponto aqui é que Emily e Matt insistem em fingir que ainda são pais normais para os filhos, mesmo com sinais claros de que essa tentativa de comportamento racional esbarra nas reações inusitadas, nas incoerências e inconsistências de posturas e atitudes dos adultos.

Obviamente, Emily, Matt e os filhos entram em uma grande aventura para cumprir uma missão que vai transformar a vida dessa família para sempre.

 

Por que “passa de ano”?

Porque De Volta à Ação não se propõe a ser um filme que se leva a sério, definitivamente.

Logo no começo do filme já testemunhamos grandes absurdos de retórica, que mostra logo de cara que o filme existe para você se divertir e esquecer que esse mundo que você está vendo é crível e racional.

Mesmo porque, no mundo considerado perfeito, bastava uma pesquisa sobre os pais no Google por parte dos filhos, e o filme não teria qualquer motivo para existir.

Nem mesmo o conflito criado pela decisão de Matt justifica 15 longos anos de espera para que os interessados fossem atrás do casal. Se era tão importante assim, teriam ido atrás deles antes.

Mas todas as inúmeras inconsistências de narrativa em De Volta à Ação não estragam tanto a experiência do filme. Bom, quero dizer… o longa tem problemas sérios na hora de sustentar seus argumentos, o que pode irritar aos mais exigentes.

Mas… coloque De Volta à Ação ao lado de Madame Teia, e você rapidamente vai concluir que o longa dirigido por Seth Gordon é algo minimamente defensável.

Todos estavam se divertindo nesse filme. Ou pelo menos a impressão que ficou foi essa, pois Diaz e Foxx entregaram o melhor deles nas cenas.

Até a Glenn Close estava em um papel zoeira nonsense, o que indica para mim uma predisposição para fazer filmes galhofas para pagar os seus boletos.

Mas… não espere muito desse roteiro, pois ele é bem problemático.

As inconsistências narrativas, os erros de montagem e, principalmente, um terceiro ato de uma história que você não se importa mais, combinado com um “Deus ex machina” improvável, que resolve tudo “do nada”, deixando o casal de protagonistas como coadjuvantes da própria história.

 

Vale a pena?

De Volta à Ação não é um lixo. Não é o filme do Mamonas Assassinas. É o filme Sessão da Tarde que não se leva à sério, e que você não pode leva-lo a sério para assistir.

O longa garante boas risadas em momentos específicos, e tende a ficar mais interessante se você encará-lo como ele é: uma celebração dos retornos de Cameron Diaz (que ficou longe dos cinemas por questões pessoais e escolha de condução de carreira) e Jamie Foxx (que teve um período cinza na vida profissional e na saúde, o que resultou em momentos muito tensos para ele e seus familiares).

De novo: é sempre muito bom ver dois atores talentosos e carismáticos de volta às telas, e o mundo precisa disso.

Do mais, eu até recomendo De Volta à Ação, mas mantenha a barra da expectativa bem baixa. É o filme pipoca que você vai assistir quando está na dúvida sobre o que ver na Netflix. O filme que existe para dar aquele relax da semana puxada.

A boa notícia é que ele realmente não se propõe a ser nada mais além disso. Não é um filme pretensioso, mesmo com suas inconsistências.

Pode ver De Volta à Ação sem muitos medos. Mas não seja tão exigente com a mira do Matt com armas de fogo, ou com a incoerência da mãe ao invadir a privacidade da filha sobre o pretexto do “eu preciso tomar cuidado dela”.

Não tente levantar questões morais e ética com uma comédia que usa como piada o Sugar Granny que está cada vez mais presente em Los Angeles.


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