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Comprar um filme em uma plataforma de streaming é uma ideia pior do que parece

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Você chegou em casa após um longo e estressante dia de trabalho, e tudo o que você quer é er um filme. Vamos pegar um exemplo bem aleatório: “Top Gun: Maverick”, um dos melhores de 2022 (e porque você adora o Tom Cruise).

Então, você descobre que esse filme está no Star+… e você não é assinante do Star+. Você fica triste por alguns instantes, mas descobre em uma pesquisa rápida no Google que é possível comprar a continuação de “Ases Indomáveis” de forma individual para assistir no YouTube.

E é aqui que eu termino a introdução hipotética deste artigo para perguntar, olhando nos seus olhos: “TEM CERTEZA QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO UM BOM NEGÓCIO AO COMPRAR UM FILME OLINE?”

 

Esse povo não aprendeu nada com o fim do Google Stadia…

Tudo nessa vida tem um começo, um meio e um fim. E depois do fim, não adianta querer se lembrar de mim, seu filho ingrato!

A ideia em comprar um filme, série ou conteúdo online no lugar de pagar a mensalidade da plataforma de streaming onde aquele mesmo conteúdo está disponível pode passar a sensação de que aquele item é seu depois que você pagou.

Porém, essa é uma sensação tão falsa quanto o Padre Kelmon (que não é padre). As plataformas oferecem a opção de “compra” de um filme no lugar do aluguel da obra, mas na prática aquele item não é seu. Você só mudou o período de direitos de consumo ou visualização do item.

Ou seja, alugar o filme dá o direito temporário de assistir a obra. “Comprar” o filme dá o direito permanente de assistir essa mesma obra naquela plataforma ou formato, sempre que quiser. Mas você não pode levar a cópia digital do filme para casa, muito menos salvar no seu HD ou SSD. E nem mesmo copiar o filme para um DVD e emprestar para aquela sua amiga do coarão.

Sem falar que “comprar” um conteúdo digital não significa que será para sempre. É só enquanto a plataforma existir. E os usuários do Google Stadia estão se dando conta disso da pior forma possível.

E é por isso que os colecionadores defendem o DVD e Blu-Ray até a morte. São formatos físicos. São seus para sempre. Ou até que o mofo do seu apartamento devore tudo.

 

Muito cuidado com as letras pequenas

Acho que já ficou claro a essa altura do artigo que os conteúdos que você “compra” em plataformas digitais não são seus de verdade. Na prática, você paga pelo direito de visualização permanente e, ainda assim, por tempo determinado.

Um exemplo do que estou falando está nas letras miúdas do Amazon Prime Video, mais especificamente no item “Disponibilidade do Conteúdo Digital Adquirido” (em livre tradução):

O Conteúdo Digital adquirido geralmente continuará disponível para download ou streaming do Serviço, conforme aplicável, mas pode não estar mais disponível devido a possíveis limitações de licença do provedor de conteúdo ou por outros motivos, e a Amazon não será responsável perante você se o O Conteúdo Digital fica indisponível para download ou streaming.

Ou seja, está bem claro para todo mundo que aquele conteúdo pode simplesmente desaparecer de uma hora para outra do catálogo do Prime Video, e a Amazon simplesmente vai lavar as mãos sobre o assunto.

A Apple recomenda que você faça cópias de segurança de tudo o que você comprar em formato digital nas suas lojas, e alerta que esse mesmo conteúdo poderá ser removido dos serviços no futuro. Já a Microsoft reforça que “Todos os Bens Digitais são licenciados, não vendidos”, reforçando tudo o que eu disse no segmento anterior no que diz respeito ao uso equivocado do termo “Comprar” que a esmagadora maioria das lojas digitais (incluindo a própria Microsoft) aplica para o grande público.

Lembrando que, em várias dessas plataformas, você pode perder os direitos de uso dos jogos pelos mais diversos motivos. Eu mesmo tinha vários jogos no Xbox Game Pass que simplesmente desapareceram quando decidi voltar a ser assinante do serviço depois de comprar uma unidade do Xbox Series S.

E eu nem posso reclamar disso.

 

Viva o formato físico

Os termos de uso das plataformas de streaming deixam claro que você não é dono de nada. Logo, minha missão aqui está cumprida, que é deixar você consciente disso.

Aqui, os grandes prejudicados são os próprios usuários, pois as gigantes de tecnologia encontraram uma eficiente maneira em esmagar os nossos direitos. Ficamos presos ao formato digital e, por causa disso, não somos proprietários de nada do que pagamos.

A mesma regra vale para as assinaturas de serviços como o Microsoft 365 ou o Google One. Mas neste caso, ao menos a utilização dos termos é algo menos descarado. Você tem uma consciência maior que está pagando para ter os direitos temporários de uso de uma tecnologia. Mesmo porque esses serviços reforçam o uso do termo ALUGAR no lugar de COMPRAR.

E a saída aqui é mesmo recorrer aos formatos físicos. O jeito é voltar a comprar DVDs e Blu-Rays de filmes, séries e jogos de videogame, apenas para ter a garantia que investiu em algo que vai ficar com você por muitos anos e – o mais importante – que aquele conteúdo que você tanto ama não vai desaparecer da sua vida de uma hora para outra.

Não importa o tempo que vai demorar para aquele jogo ou filme chegar até você. Vale a pena pagar o preço da espera. E nem leva tanto tempo assim. Amazon e Mercado Livre contam com logísticas de entrega absurdamente eficientes.


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