O golpe do Pix errado se tornou a nova pauta do dia no Brasil, já que o número de vítimas dessa prática aumentou consideravelmente nas últimas semanas.
O esquema fraudulento envolve a transferência de valores para a conta da vítima, seguida de uma solicitação de devolução, onde os golpistas manipulam tanto a vítima quanto o sistema de segurança do Pix, conhecido como o Mecanismo Especial de Devolução (MED).
Neste artigo, vamos abordar como funciona o golpe em detalhes, com o principal objetivo de alertar aos usuários do Pix sobre a prática, visando a prevenção e o combate desse tipo de crime.
Como funciona o golpe do Pix errado
O golpe começa quando os criminosos realizam uma transferência para a conta da vítima, geralmente utilizando o número de celular como chave Pix.
Após a transferência, eles entram em contato com a vítima, alegando que o envio foi um erro e solicitando a devolução do valor, mas instruindo a vítima a transferir para uma conta diferente da original (a conta que enviou o dinheiro “por engano”).
Dessa forma, os golpistas estão driblando um sistema criado pelo Banco Central para facilitar a devolução de valores, o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED).
Os golpistas conseguem explorar o MED ao solicitar a devolução do valor enviado para uma conta diferente, o que resulta em um duplo prejuízo para a vítima, já que o valor enviado “por engano” é devolvido e o dinheiro solicitado para a outra conta é transferido para os criminosos.
Os impactos financeiros desse golpe
Estima-se que, em 2023, os golpes envolvendo o Pix causaram prejuízos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão aos brasileiros.
A dimensão do problema em si resulta na necessidade de medidas urgentes para coibir a prática, além de estabelecer uma comunicação de conscientização e prevenção por parte dos usuários do sistema.
Por isso, o Banco Central já anunciou mudanças que entrarão em vigor para o Pix no futuro, como o cadastro de dispositivo único para transferências, e valores de até R$ 200 para os telefones secundários.
Como se prevenir
A Febraban recomenda que, ao receber um Pix por engano, a devolução deve ser feita apenas para a conta que enviou o valor.
Os usuários devem utilizar a funcionalidade de devolução no aplicativo do banco, evitando qualquer transferência para contas diferentes.
Em caso de dúvida sobre o procedimento de devolução, o usuário deve entrar em contato com a sua instituição financeira ou banco, e mais ninguém.
Neste caso, informação é poder.
Saber como os golpistas estão agindo ajuda a prevenir esses tipos de fraudes. E nos casos de envio de dinheiro de forma indevida, é sim necessário devolver o valor para o seu respectivo dono.
Caso contrário, aquela pessoa que está retendo o valor recebido de forma equivocada pode ser enquadrada em crime de apropriação indébita, da mesma forma que os criminosos que executam o golpe do Pix errado.
Aliás, o próprio registro eletrônico das transações permite a identificação dos golpistas, o que permite que a vítima faça um Boletim de Ocorrência e entre com os devidos processos legais em um momento posterior.
Via Agência Brasil, G1