É triste reconhecer isso, mas passamos uma vida inteira sendo enganados por todo o setor de tecnologia quando entramos no tema de armazenamento de dados.
Ao longo de todo esse tempo que passamos utilizando computadores, smartphones, tablets e qualquer outro dispositivo que armazena dados de alguma forma, termos e números foram apresentados de forma enganosa para os consumidores.
Um smartphone com 128 GB de armazenamento na verdade contava com 110 GB de espaço livre para dados de usuários. Aliás, essa é uma das grandes reclamações da série de smartphones top de linha Galaxy S23, onde a Samsung entregou esse “presente de grego” para os clientes, já que o Android com a One UI dos dispositivos podem ocupar até 60 GB de dados.
A partir de agora, vou revisar todas as formas que o setor de armazenamento digital usa para enganar os usuários de tecnologia.
O arredondamento dos gigas e dos teras
A indústria de armazenamento tem como péssimo costume arredondar os números informados de capacidade de dados para os usuários. E esse arredondamento é para mais, obviamente. E isso entrega confusões das mais diversas para os clientes mais leigos.
Na prática, você pode comprar um HD de 512 GB e receber apenas 464 GB livres. Ou um SSD de 256 GB que só tem 232 GB na realidade. Ou um HD de 3 TB que só tem 2.72 TB de espaço livre para seus filmes e séries que você salva via Torrent.
A ideia de arredondamento nos valores de armazenamento acontece por uma questão mercadológica, pois números redondos são mais chamativos e fáceis de memorizar do que números fracionados.
Porém, o que o setor de tecnologia faz chega a flertar com a propaganda enganosa, pois esse arredondamento para mais induz muitos usuários ao erro. Os mais leigos acreditam que vão levar o espaço livre descrito pelo fabricante, e se decepcionam quando descobrem que o espaço disponível é menor do que o anunciado.
As velocidades e classes que tanto importam
Muitos fabricantes de dispositivos de tecnologia tentam impressionar os usuários com números inflados de armazenamento, mas “se esquecem” (de forma proposital) que a velocidade dessa unidade é tão ou mais importante que o espaço livre.
Especialistas em tecnologia sempre recomendam que você deve comprar cartões de memória Categoria 10, que garantem os 10 Mbps de leitura e gravação, o que é mais do que suficiente para praticamente qualquer tarefa.
Neste sentido, sempre recomendo que você compre as marcas mais confiáveis do setor de cartões de memória, como Kingston, Crucial, SanDisk, Samsung e Lexar. A mesma regra vale para as unidades de SSD, pois com esses fabricantes dificilmente você terá problemas no futuro.
Por outro lado, as marcas clônicas chinesas levantam dúvidas sérias sobre a confiabilidade e integridade de suas memórias.
Lembrando sempre que um SSD de 2.5 polegadas é bem mais lento do que um SSD no padrão NVMe. Sempre que possível, escolha a segunda opção para obter o máximo de performance na leitura e gravação de dados.
Cartões MicroSD e pendrives que prometem mais gigas que um NAS
Eu nem precisava dizer isso, mas é sempre importante reforçar para os mais desavisados: não existem milagres nesse mundo, muito menos no setor de tecnologia.
Ou seja, não acredite no fabricante ou e-commerce que oferece 1 TB de armazenamento por apenas R$ 100. Por favor, seja uma pessoa inteligente nessa vida.
Várias lojas virtuais oferecem muitos gigas de armazenamento por pouco dinheiro, e as marcas envolvidas nessas “promoções” são sempre desconhecidas. Neste caso, basta olhar para os comentários dos compradores para descobrir que se trata obviamente de um golpe.
E mesmo as unidades de armazenamento que exibem no computador a capacidade prometida estão mentindo, já que existem formas de manipular o sistema operacional para que o software acabe exibindo aquela informação.
Ou seja, todo cuidado é pouco. Ter uma bela dose de bom senso e desconfiança pode evitar que você e o seu computador, tablet ou smartphone encontrem problemas mais sérios por causa das fraudes em unidades de armazenamento.