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Como o fracasso de XDefiant escancara a teimosia da Ubisoft

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A situação para a Ubisoft já estava muito ruim, e faz tempo. E as decisões recentes deixam a crise da empresa francesa ainda mais escancarada.

A Ubisoft anunciou o encerramento do desenvolvimento e disponibilidade do seu game shooting competitivo online XDefiant. Seus servidores ficarão ativos até 3 de junho de 2025, e a decisão foi motivada pela incapacidade de atrair e manter jogadores suficientes para competir no mercado de FPS gratuito.

É mais ou menos o mesmo caso de Concord, com a diferença que a Ubisoft está retirando o seu jogo com pouco mais de um ano de vida, mas durando bem mais que os poucos dias do jogo que rendeu para a Sony o (talvez) maior fracasso da história dos videogames.

 

Por que XDefiant foi um fracasso?

Porque está todo mundo de saco cheio de jogos FPS? Porque ninguém está querendo jogar novos games? Porque executivos arrogantes não ouvem o que os gamers querem?

Calma… vamos contextualizar essa crise específica da Ubisoft.

XDefiant até que teve um lançamento promissor. O jogo chegou ao mercado em maio de 2024, e rapidamente atraiu 10 milhões de jogadores.

Muito diferente do fiasco de Concord, que sequer alcançou 700 testemunhas interessadas em um game que não foi interessante para (quase) ninguém.

A Ubisoft não teve a capacidade de fazer um marketing decente para XDefiant, o que resultou na queda de visibilidade do jogo.

Coincidência ou não, XDefiant também perdeu o interesse dessa massa de jogadores. E o resultado de tudo isso resultou na descontinuação do game por parte da Ubisoft.

O encerramento do jogo já tem reflexos na força laboral da Ubisoft, e amplia a crise interna da empresa. Pelo menos 277 funcionários foram demitidos, e os estúdios em São Francisco (EUA) e Osaka (Japão) serão fechados.

Pelo menos metade da equipe de programadores que estava diretamente envolvida no desenvolvimento de XDefiant será transferida para outras funções dentro da Ubisoft.

A outra metade será transferida para o RH da empresa.

 

Ninguém aguenta mais o “Jogo como Serviço”

Eu já escrevi sobre isso, e cheguei a gravar um vídeo para o canal do YouTube do TargetHD.net sobre o assunto… mas parece que ninguém me ouve.

Todos os fatos apresentados até agora e até mesmo os números consolidados do mercado de videogames deixa muito claro para todo mundo que NINGUÉM AGUENTA MAIS o Gaming as a Service (GaaS), ou o “Jogo como Serviço”.

O formato está desgastado, e os jogadores estão saturados de títulos com a mesma mecânica. Quem quer jogar o FPS sagrado de cada dia vai para aquele que é o rei do segmento.

Um jogo que existe faz tempo, e que praticamente todo mundo que ainda gosta do FPS joga até hoje.

Fortnite.

A Ubisoft, assim como a Sony, sofreu do mesmo problema de não entender o que os gamers desejam. No final, XDefiant é só mais um jogo que fracassou por ser “apenas mais um” Jogo como Serviço.

São jogos que não agregaram nada à mecânica de FPS. Não se diferenciam em nada de tudo o que já existe. E as pessoas não estão com muito saco para o “mais do mesmo”.

Os jogadores que adquiriram pacotes ou fizeram compras nos últimos 30 dias dentro do jogo receberão reembolsos.

A terceira temporada do jogo será lançada conforme planejado, mas novas inscrições e downloads foram suspensos desde já.

Mesmo diante do caos, a Ubisoft reafirma seu compromisso com o modelo de jogos como serviço, citando sucessos passados como Rainbow Six e For Honor no seu comunicado oficial sobre o fim de XDefiant.

Ou seja, mesmo diante de um fracasso, a empresa “não larga o osso”, e insiste em continuar a oferecer algo que as pessoas não querem.

De novo, mais uma vez (pois tem leitores com visão seletiva e incapacidade de interpretar textos): quem gosta de FPS GaaS hoje vai ficar no Fortnite ou, no máximo, vai jogar versões antigas do Call of Duty.

A grande maioria dos gamers não vão abraçar novos jogos que repetem mecânicas ultrapassadas. Quem já tem um jogo pra chamar de seu não vai apostar em novas proposta que pedem investimentos para entregar a melhor experiência dentro do jogo.

Principalmente se a pessoa tem como jogo favorito o Fortnite.

Trocar de jogo não faz o menor sentido para esses gamers.

Mas a Ubisoft, teimosa que só ela, não entende isso.

Depois fica se perguntando por que está em crise…


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