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Como o Copilot ensinou a gerar chaves de ativação do Windows

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Temos um inception. Ou um paradoxo, como queira.

Imagine a seguinte situação: você decide perguntar a uma IA da Microsoft como ativar o Windows sem pagar e receber um guia detalhado para isso. Então… esse absurdo aconteceu com o Copilot.

A ferramenta baseada em IA da própria Microsoft sugeriu métodos para ativar o sistema operacional sem necessidade de uma licença oficial, algo que pegou todos de surpresa. É um cenário de uma ironia que não poderia ser produzida nem mesmo pelos mais ácidos roteiros de Hollywood.

E o arsenal de perguntas sobre o assunto foi criado quase que instantaneamente: Mas o que realmente aconteceu? Como o Copilot conseguiu fornecer um guia tão detalhado para algo que viola os próprios termos de uso da Microsoft? As tais chaves… funcionam? Dá para ativar o Windows com uma chave de registro criada por uma inteligência artificial? E quais são os riscos dessa prática?

A partir de agora, respostas.

 

A surpresa do Copilot

Tudo começou com uma simples pergunta em um fórum do Reddit: um usuário questionou o Copilot sobre métodos para ativar o Windows sem pagar, e, para a surpresa de todos, a IA respondeu com um passo a passo detalhado.

Em poucos segundos, o chatbot forneceu comandos para serem executados no PowerShell e indicou links do GitHub contendo scripts de ativação. Isso significa que a IA da Microsoft estava, inadvertidamente, ajudando usuários a burlar o próprio sistema de licenciamento da empresa.

A comunidade de tecnologia ficou chocada com o fato de que uma ferramenta desenvolvida para assistência estava, de certa forma, facilitando a pirataria do Windows.

Não demorou para que capturas de tela desse diálogo viralizassem, evidenciando que a IA não apenas encontrou informações sobre ativação gratuita, mas também organizou os passos para que qualquer usuário inexperiente conseguisse executar o processo.

Temos aqui uma escancarada e flagrante falha no sistema de controle de informações geradas por IAs. Como uma tecnologia desenvolvida para assistência poderia sugerir algo que fere diretamente os interesses da própria empresa?

O episódio revelou que, sem os devidos filtros e limitações, ferramentas de IA podem ser usadas para fins imprevistos, desafiando a segurança e a política de uso dos próprios desenvolvedores.

E aqui, vamos ser um pouco mais racionais: a novidade é zero, pois essas IAs são treinadas por humanos, coletam dados fornecidos por humanos, e como estão raciocinando em cima de prompts gerados pela mente humana, estão absorvendo as visões mais ilícitas de seus usuários, sem considerar os tais códigos morais e éticos.

Não sei exatamente se deveríamos ficar surpresos com isso.

 

A resposta da Microsoft

Diante da polêmica, a Microsoft agiu rapidamente para mitigar o problema, ajustando as respostas do Copilot.

Agora, quando um usuário pergunta sobre a ativação gratuita do Windows, a IA emite um aviso de que métodos não oficiais podem violar os termos de serviço.

O problema é que o estrago já estava feito, e o episódio levantou um debate mais amplo sobre as limitações e riscos das inteligências artificiais generativas.

A correção do Copilot expôs uma preocupação crescente no setor tecnológico: como garantir que as IAs não forneçam informações prejudiciais ou que incentivem atividades ilegais?

Empresas como Microsoft, Google e OpenAI investem pesado em filtros de segurança, mas episódios como esse mostram que falhas ainda acontecem. É como uma perseguição de gato e rato, mais ou menos como historicamente acontece até hoje com os métodos de pirataria.

Se a IA da Microsoft foi capaz de recomendar um método de ativação ilegal, o que impede que outras IAs sejam exploradas para práticas ainda mais problemáticas?

Absolutamente nada (neste momento) impede que o mesmo volte a acontecer no futuro com outras plataformas. E a questão aqui não é apenas impedir que a IA forneça informações proibidas, mas sim garantir que ela não se torne um facilitador involuntário para práticas ilícitas.

Com a evolução da inteligência artificial, a necessidade de regulamentação e controle se torna cada vez mais evidente. Mas aparentemente algumas pessoas e legisladores pensam um pouco diferente sobre este aspecto, mesmo com fatos e dados apresentados.

 

Os riscos ocultos da ativação ilegal

Mesmo que a ideia de ativar o Windows de forma possa parecer tentadora (e, de fato, é – principalmente quando olhamos para o preço da licença cheia do sistema operacional), essa prática traz riscos significativos para o usuário.

Um dos principais perigos está no uso de scripts de ativação disponíveis em sites como o GitHub. Como qualquer usuário pode fazer upload de arquivos na plataforma, não há garantias de que os scripts sejam seguros.

Muitos desses scripts podem conter malware disfarçado, colocando em risco a segurança do computador e a privacidade do usuário.

Além das ameaças de segurança, existe o risco legal. Ativar o Windows por métodos não oficiais viola os termos de serviço da Microsoft e pode levar à desativação do sistema.

Em casos mais extremos, a empresa pode tomar medidas para impedir que versões piratas do Windows funcionem corretamente, forçando os usuários a adquirir uma licença oficial.

Isso significa que, no final das contas, recorrer a métodos alternativos pode acabar saindo mais caro do que simplesmente comprar uma chave legítima.

Sem falar que aquelas pessoas que não ativaram as versões mais recentes do Windows até agora simplesmente “comeram bola”.

Eu até entendo que muitos não podiam atualizar o sistema operacional por questões profissionais ou limitações de hardware. Para esses, eu até dou um desconto.

Mas para quem ficou (por exemplo) no Windows 7 até hoje em nome do conservadorismo ou de uma hipotética melhor performance para tarefas muito específicas, eu sinto muito, mas buscar a gratuidade de atualização chega a ser algo quase cretino.

Outro ponto importante é a confiabilidade do sistema ativado por métodos não oficiais. Muitos desses scripts não apenas ativam o Windows, mas também fazem alterações profundas no sistema para enganar os servidores da Microsoft. Isso pode gerar instabilidades, falhas e até incompatibilidades com futuras atualizações.

Ou seja, ao tentar economizar no licenciamento, o usuário pode acabar comprometendo a experiência de uso do próprio computador. E o barato, na sua grande maioria dos casos, sai caro.

 

Como ativar o Windows de forma segura

Se o preço oficial de uma licença do Windows parece alto (e é bem salgado, vai por mim), existem algumas alternativas seguras para obter uma versão legítima sem precisar recorrer a métodos ilegais.

Uma das opções mais populares são as chaves OEM, que podem ser encontradas por preços bem mais baixos do que a versão comercial tradicional. Essas licenças são destinadas a fabricantes de hardware, mas muitas lojas confiáveis vendem essas chaves a preços acessíveis para consumidores finais.

Tudo o que você precisa fazer é encontrar um vendedor com histórico positivo e confiável para adquirir a chave. Dedique um tempo para ler o feedback de outros usuários antes mesmo de pegar o cartão de crédito, e certifique-se de que aquele vendedor vai dar toda a assistência no pós venda em caso de problemas.

Outra possibilidade é verificar se sua instituição de ensino ou trabalho oferece licenças do Windows. Muitas universidades e empresas possuem acordos com a Microsoft, permitindo que alunos e funcionários obtenham uma licença gratuita ou com desconto.

Esse é um benefício pouco explorado, mas que pode ser uma ótima solução para quem precisa do sistema sem gastar muito.

Por fim, para quem não quer gastar nada, o próprio Windows permite o uso sem ativação. Tudo bem, você vai ter que usar um sistema operacional capado e com algumas funções limitadas (como a personalização da área de trabalho e a presença de uma famigerada marca d’água no canto da tela).

Por outro lado, o sistema operacional continua funcional, se tornando uma alternativa para quem precisa usar o mais básico do Windows sem comprometer a segurança e a estabilidade do computador.

 

Via Windows CentralLaptop Mag, TechSpot


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