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Como o banimento da Kaspersky nos EUA afeta o mercado de segurança na internet

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O conflito entre Estados Unidos e Rússia ganhou novos contornos no campo da tecnologia, e seus efeitos colaterais são sentidos por quem menos tem que pagar por tudo isso: os trabalhadores.

O governo Joe Biden anunciou a proibição da Kaspersky, empresa de cibersegurança russa, de operar nos Estados Unidos. Inicialmente, a empresa tentou desafiar a medida nas esferas judiciais, mas agora confirmou que vai deixar o mercado americano.

O resultado de tudo isso é que os funcionários da Kaspersky nos Estados Unidos vão perder os seus empregos… por algo que não contam com envolvimento direto em suas atividades profissionais.

 

Encerramento gradual das operações

O fechamento das operações da Kaspersky nos EUA será feito de forma gradual e escalonada, de acordo com as necessidades de desativação de funções da própria empresa.

A Kaspersky ainda afirma que “as oportunidades de negócio no país já não são viáveis” após analisar o impacto das exigências legais. A medida é semelhante às imposições estabelecidas para determinar a saída da ByteDance (responsável pelo TikTok) dos Estados Unidos.

A subsidiária da Kaspersky nos EUA, a Kaspersky North America, terá que demitir seus 50 funcionários, que serão desligados de forma escalonada a partir do final desta semana.

É até possível que esses profissionais consigam uma recolocação no mercado de trabalho, mas isso passa longe de ser uma tarefa fácil no cenário de momento.

Com as grandes empresas de tecnologia demitindo em massa, conseguir uma nova vaga passa a ser uma disputa hercúlia. E quando isso acontece, os profissionais acabam aceitando salários muito menores do que os valores pagos no passado.

 

Os motivos da proibição

O Departamento de Comércio dos EUA investigou a Kaspersky por um longo período e manteve conversas para abordar as preocupações nas questões de segurança.

As autoridades americanas afirmam que as operações da Kaspersky estariam sujeitas às leis russas que obrigam empresas a cooperar com agências de inteligência, representando riscos “indevidos ou inaceitáveis”.

São basicamente os mesmos argumentos aplicados à ByteDance para o banimento do TikTok do território norte-americano (algo que ainda não aconteceu na prática, mas que pode se tornar algo efetivo se a divisão da empresa no país ianque não for vendida).

E… diferente do TikTok, isso tudo está acontecendo com a Kaspersky, que é considerada uma das empresas de segurança mais relevantes e confiáveis do mercado, tendo recebido prêmios e reconhecimento pelos trabalhos de seus pesquisadores.

De tempos em tempos, compartilhamos algumas das pautas publicadas pelo blog oficial da Kaskpersky, pois entendemos que esses temas são relevantes para o grande público de usuários conectados.

E compreendo que a proibição da empresa nos Estados Unidos não vai impactar a boa imagem que a marca construiu ao longo dos anos.

De qualquer forma, isso é tudo o que temos hoje: a Kaspersky saindo dos Estados Unidos. E acredito que ela não será a última a sofrer as consequências das recentes mudanças adotadas pelos legisladores norte-americanos.

Várias outras empresas consideradas inimigas do estado norte-americano devem sofrer o mesmo nos próximos anos, independentemente de quem está no poder. E muitos profissionais de tecnologia vão pagar o preço dessas disputas, que não são apenas políticas.

São disputas (prioritariamente) comerciais.


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