Acabou.
A Disney encerrou a transmissão de seis canais de TV por assinatura no Brasil: Disney Channel, Disney XD, Star Channel, FX, Cinecanal, National Geographic e Baby TV. A decisão é parte de um movimento global da empresa para fortalecer seu serviço de streaming, o Disney+.
O fim dos canais já havia sido anunciado em 2022, dando tempo para as operadoras se adaptarem às mudanças, mas tudo indica que mais de dois anos não foram suficientes para esses ajustes acontecerem. Ou as prestadoras de serviço decidiram simplesmente “deixar acontecer” para ver como fica depois.
Vamos mostrar o que exatamente aconteceu no término da transmissão dos canais da Disney, e o que cada operadora de TV paga vai fazer a partir de agora sobre hipotéticos direitos dos assinantes sobre a substituição desses canais.
Não foram removidos logo de cara
Quem acompanhou ao fim das transmissões desses canais da Disney em tempo real testemunharam algo diferente do que aconteceu com, por exemplo, a MTV Brasil em 2013.
Na época, o canal musical efetivamente encerrou as suas transmissões à meia-noite do dia 30 de setembro de 2013 (para 1 de outubro, dia do lançamento da MTV na TV paga).
No caso do Disney Channel e dos demais canais do grupo, eles permaneceram no ar por mais algumas horas (pelo menos até às 3h da manhã), com sua programação ativa, como se nada estivesse acontecendo.
De forma repentina, a Claro (operadora pela qual acompanhei o desligamento) retirou os canais do ar, e colocou a imagem que informava sobre a descontinuidade daquele conteúdo:
“COMUNICADO IMPORTANTE
Prezados clientes,
Por decisão da programadora, este canal foi descontinuado de todo o território Brasileiro.
Agradecemos a compreensão”
E foi assim que os canais do grupo Disney (com exceção dos canais ESPN) deixaram de existir no Brasil.
E o que acontece a partir de agora?
A Claro TV confirmou que não reduzirá o valor das mensalidades, justificando que a decisão partiu exclusivamente da Disney. Também confirmou que não vai substituir os canais por outros da mesma categoria, afirmando que adicionou ao longo dos meses vários canais de outros segmentos nos pacotes dos clientes sem custos adicionais.
Em compensação, a Claro anunciou a adição de novos canais em breve, e a oferta gratuita do Globoplay Premium para os assinantes.
A SKY também esclareceu que seus planos não sofrerão alterações, incentivando os clientes a assinarem o Disney+ separadamente. Já a Vivo TV ainda não se pronunciou oficialmente, mas deve seguir a mesma estratégia.
Operadoras menores, como a Nossa TV, buscaram alternativas para substituir os canais descontinuados. O Disney Channel, por exemplo, foi trocado pelo canal infantil brasileiro “Box Kids”, garantindo conteúdo similar para o público infantil.
Para quem deseja continuar acompanhando as produções da Disney, a alternativa principal é o Disney+. O serviço de streaming reúne conteúdos da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic, além de séries, filmes e esportes ao vivo por meio da fusão com o Star+.
Existem formas de economizar na assinatura, como o plano via Mercado Livre, que sai por R$ 27,99 mensais, ou o pacote anual de R$ 368,90.
O encerramento dos canais lineares da Disney não aconteceu apenas no Brasil. A decisão afeta a América Latina e países de outros continentes como Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Austrália, que já passaram por essa mudança. E em todos os mercados, os canais ESPN continuam operando.
Palavras do grupo Disney na época do anúncio da decisão:
“Em resposta às transformações no cenário local de mídia e entretenimento, e para garantir que continuemos a evoluir e atender às necessidades de nossos consumidores com agilidade e inovação, decidimos descontinuar a operação de alguns canais lineares no Brasil a partir de 28 de fevereiro de 2025. Essa decisão inclui o encerramento dos canais Star Channel, Cinecanal, FX, National Geographic, Disney Channel e Baby TV, sem impactar nossos canais esportivos”
A migração de empresas de mídia para o streaming reflete uma tendência global. O público busca cada vez mais conteúdo sob demanda e disponível em múltiplos dispositivos, o que leva os conglomerados de entretenimento a priorizarem suas plataformas digitais em vez da TV por assinatura tradicional.
O que não muda o fato de que testemunhamos o fim de uma era na TV por assinatura brasileira, que fica ainda mais enfraquecida.
Para muitos, o Disney Channel vai sim fazer muita falta.