Acabou a festa. Fim da farra do boi. O Mickey e o Bob Iger oficialmente odeiam os brasileiros.
Entrou em vigor nesta semana o fim do compartilhamento de senhas no Disney+. A prática passa a ser proibida no Brasil, tal e como já acontece em outros mercados internacionais. A decisão já está valendo, e quem quiser compartilhar o serviço de streaming do Mickey a partir de agora terá que pagar por isso.
Dessa forma, o Disney+ Brasil divulgou os preços oficiais do Membro Extra, nova modalidade para compartilhar a conta com quem não mora na mesma residência que você. Para alguns, pode ser interessante pagar menos que a metade para ter o Disney+ Premium. Para outros, é só o Mickey explorando o cartão de crédito de todo mundo.
Neste artigo, vou explicar tudo o que mudou, como tudo vai ficar a partir de agora, e até compartilhar um “placebo” para evitar que você deixe o Disney+ para nunca mais voltar.
Sobre o novo Membro Extra
Confesso que esse nome é um pouco estranho e problemático para o Brasil, mas vou tentar manter a minha maturidade enquanto falo sobre o assunto.
O Membro Extra é uma forma que a Disney encontrou para permitir que amigos e familiares que não moram na mesma residência continuem a consumir os conteúdos do Disney+.
E uma maneira de a mesma Disney lucrar com algo que não rendia qualquer tipo de lucro para ela mesma.
Os valores sugeridos para cada Membro Extra do Disney+ são:
- Para assinantes do Disney+ Padrão: R$ 25,90
- Para assinantes do Disney+ Premium: R$ 30,90
Cada Membro Extra pode assistir aos conteúdos do plano correspondente em apenas um dispositivo por vez, criando e acessando apenas um perfil dentro dessa conta.
Em compensação, o Membro Extra vai ter acesso ao mesmo conteúdo e recursos que o titular da conta, sem qualquer tipo de restrição, diferente de outras plataformas.
Lembrando sempre que esses valores serão agregados aos preços dos planos de assinatura do Disney+, que são os seguintes (desconsiderando aqui o fato de quem tem o Meli+ do Mercado Livre não paga a mensalidade do plano Disney+ Padrão com Anúncios):
- Disney+ Padrão: R$ 43,90
- Disney+ Premium: R$ 62,90
Vale a pena o Membro Extra do Disney+?
Depende da sua situação, e do acordo que você vai fazer com o titular da conta.
Quanto maior for o número de pessoas envolvidas na divisão “per capta” do plano, melhor é a relação custo-benefício, e eu sei que estou falando o óbvio sobre o assunto.
O Membro Extra pode até valer a pena até mesmo para quem está assinando o Disney+ Premium sozinho e encontrou algum trouxa amigo para dividir a conta morando em outra cidade ou estado.
Dessa forma, cada pessoa vai pagar R$ 46,90 por mês para ter a versão mais completa do Disney+, o que já é uma economia em relação aos R$ 62,90 mensais pelo mesmo plano.
Porém, não dá para dizer que é a melhor relação custo-benefício quando comparamos com o fato de que todo mundo poderia escolher pagar o Combo Plus (Disney+ com Star+) e pagar um valor muito menor por mês para receber todo o conteúdo.
O melhor cenário para utilizar o Membro Extra é se o titular da conta no Disney+ possui efetivamente uma família (que seja ele, a esposa e dois filhos) e decide dividir o plano com um amigo que mora em outra casa ou parente em outra cidade.
Neste caso, os quase R$ 94 de todos os usuários se transformam em menos de R$ 19 por cabeça, o que deixa o Disney+ mais barato que a Netflix com anúncios. Aí sim: vale a pena buscar essa divisão.
Se o proprietário da conta decidir repassar o valor integral do pagamento adicional para o Membro Extra, só vale a pena se esse pobre coitado concluir que é melhor pagar pela metade do Disney+ Premium e garantir que vai assistir ao Real Madrid vs Barcelona por um preço menos obsceno.
Caso contrário, manda esse muquirana para um lugar bem longe daqui, e vá buscar as alternativas para ver o El Clássico sem ser explorado.
Uma pausa na relação
Para evitar a debandada de assinantes que aconteceu (e continua a acontecer) nos últimos meses, o Disney+ agora permite que você faça uma “pausa” na assinatura.
A Disney sabe que os preços do Disney+ estão obscenos. E sabe também que o brasileiro está revezando entre as plataformas de streaming para economizar algum dinheiro e manter algum entretenimento em casa.
Tem muitas pessoas que eu conheço que estão assinando os serviços de streaming em função de um lançamento pontual de série ou filme dentro de uma plataforma. Além de economizar dinheiro, é uma forma eficiente de gerenciar o tempo, já que não dá para ver tudo de diferentes serviços ao mesmo tempo.
Só rico, ou aqueles que contam com o Claro TV+ podem ter mais de um serviço de streaming sem pensar na dor que se sente quando chega a fatura do cartão de crédito.
Para evitar a debandada de assinantes, o Disney+ liberou a opção de pausa na assinatura. Dessa forma, evita o cancelamento efetivo daquele usuário, o que ajuda a manter os números de pessoas dentro do serviço algo mais agradável para os acionistas, evitando a queda pelo efeito de rotatividade.
Ou seja, a Disney entende que, dessa forma, é mais fácil reconquistar o coração daqueles que se sentem traídos pelos preços elevados dos planos. Ou pelo menos acredita nisso… até se convencer que o mundo perfeito pede por preços menos abusivos nas mensalidades.