Muitos entusiastas de retrocomputação utilizam equipamentos antigos, como netbooks ou PCs que, em teoria, seriam completamente descartados, para rodar sistemas como MS-DOS ou FreeDOS.
Isso, qualquer pessoa consegue. Não há um grande desafio em ressuscitar um computador do passado, desde que você tenha as ferramentas corretas, principalmente no software para a instalação nesse equipamento.
Já Yeo Kheng Meng optou por um desafio maior, utilizando hardware moderno para instalar um sistema operacional do passado. E ele só quer fazer isso pelo prazer e gosto de conseguir o feito, que é bem mais complexo que você pode imaginar.
O difícil processo de retrocomputação
Yeo montou um PC com peças de última geração para esse projeto, só para deixar tudo ainda mais complexo e interessante.
Para isso, ele incluiu um processador Ryzen 5 7600, uma placa gráfica Nvidia RTX 4060 Ti, 64 GB de RAM DDR5 e muito mais armazenamento do que o MS-DOS pode utilizar.
É um computador totalmente surreal para o proposto por Yeo. Mas… vale a pena a tentativa, mesmo que seja para eliminar uma curiosidade dele e de todos nós.
A escolha da placa-mãe ASUS Pro B650M-CT-CSM foi estratégica, pois ela oferece suporte a portas seriais, LPT e PS/2, além do modo CSM no BIOS/UEFI. Todos esses elementos são essenciais para rodar o MS-DOS.
Por outro lado, a ativação do modo CSM exige o uso de uma GPU dedicada (por incrível que pareça), pois a placa gráfica integrada não tem suporte legado.
Para conectar dispositivos antigos, como um leitor de disquete para o boot do MS-DOS, Yeo precisou de adaptadores que podem ser encontrados com facilidade na internet.
Adaptadores de leitor de disquete no padrão USB estão disponíveis no AliExpress, são voltados para essa finalidade de retrocomputação e custam relativamente pouco.
Como é jogar no MS-DOS em 2024
Alguns jogos retrô rodaram rápido demais nesse hardware moderno e não otimizado. Foram os casos de Commander Keen e Wing Comander.
Já a maioria dos aplicativos e jogos do MS-DOS funcionaram muito bem no pequeno monstro que Yeo chama de PC. E isso é o suficiente para que o experimento seja considerado bem-sucedido.
Yeo usou o SBEMU, uma muito conhecida ferramenta para emular o suporte ao Sound Blaster no MS-DOS, permitindo rodar jogos e programas que dependem dessa tecnologia de áudio em máquinas modernas.
Um adaptador de rede Xircom Pocket Ethernet 3 foi utilizado para permitir que o equipamento se conectasse minimamente à internet.
Porém, o dispositivo teve limitações de velocidade, atingindo no máximo 100 KB/s, o que já era mais do que suficiente para as necessidades mais básicas.
A justificativa de Yeo para seguir em frente com o projeto é a mais simples e direta do mundo: porque ele quis.
O simples fato de que ele contava com o conhecimento, o tempo livre e o equipamento adequado… por que não tentar?
Além de instalar o MS-DOS, o computador também é capaz de rodar jogos modernos, realizar edição de vídeo e suportar ambientes de aprendizado de máquina.
Ou seja, não foi apenas um bom dinheiro gasto para ter um equipamento que promove a procrastinação no indivíduo.
Fonte: Blog do Yeo Kheng