Pessoas surdas ou com dificuldades auditivas usam a linguagem de sinais para compreender o mundo como ele é. E, em muitos casos, esse grupo fica de fora das grandes novidades tecnológicas. Mais de 5% da população mundial utiliza a linguagem de sinais para se comunicar, e a esmagadora maioria dos 95% restantes não compreende essa linguagem.
Porém, a tecnologia pode derrubar essa barreira. Pesquisadores da UCLA desenvolveram uma luva que lê os sinais realizados com a mão e traduz tudo em um aplicativo no smartphone. O sistema pode detectar 600 sinais com uma precisão de 98.63%.
Dispensa uma boa luminosidade para entender os sinais
Por enquanto, o sistema só trabalha com a Linguagem de Sinais Americana (ASL), já que cada país usa sinais diferentes. E justamente por causa desse detalhe é que a missão em oferecer um tradutor para a linguagem de sinais é algo intrigante, desafiador e muito necessário.
A luva conta com cabos elásticos que registram a posição do dedo, enviando os gestos via conexão Bluetooth para o sistema instalado no computador ou smartphone. O app indica a tradução das palavras e a frase que formam o formato, tanto em texto na tela como em voz alta com um leitor de texto.
Outros projetos tentaram entregar uma solução similar, mas sempre entregando uma eficiência menor. Alguns sistemas exigiam uma boa luminosidade do ambiente para que as câmeras conseguissem ler os sinais das mãos, enquanto que outros exigiam o uso de sensores colocados na pele do usuário.
O novo sistema desenvolvido por UCLA é mais eficiente, pois analisa os gestos através das tiras, o que elimina a necessidade de outros sensores para a identificação dos gestos. Uma evolução de conceito que pode ser decisiva para incluir na comunicação em massa um grupo de pessoas que precisam ser compreendidas e inseridas no coletivo de forma plena.
Outra vantagem dessa luva é o baixo custo de fabricação. Ela custa apenas US$ 50 por par, e se produzida em massa, o seu custo seria ainda menor. Sua tecnologia ainda precisa melhorar, e isso pode atrasar em alguns anos a sua produção em massa ou chegada ao mercado. Em compensação, ao longo desse tempo, será possível incluir mais linguagens de sinais de outros países, deixando o produto ainda mais completo para o grande público.
Apesar do fato que as pessoas com deficiência auditiva não deveriam precisar realizar um investimento desse tipo (em um mundo perfeito que, infelizmente, não existe), este seria um gesto mais inclusivo que fazer todo o restante da população aprender a linguagem de sinais. Ou seja, podemos considerar essa tecnologia um avanço e uma mostra do que podemos fazer com o que temos hoje para facilitar a vida das pessoas.
Via Nature