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Como driblar os efeitos dos impostos elevados em produtos importados

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Toda a bagunça tarifária que Donald Trump está promovendo nos Estados Unidos neste exato momento pode afetar o Brasil no futuro. Não podemos nos esquecer que, se os produtos não são importados, a matéria prima e os componentes são. E algumas coisas passam pelo país ianque de alguma forma.

Como as dicas para o consumidor norte-americano podem ser aplicadas para o brasileiro médio na hora de comprar os produtos de tecnologia, entendo que este artigo pode ser útil para qualquer um de nós. No presente, e no futuro.

Até porque nossa política de impostos não é tão diferente daquela que Trump adotou para os Estados Unidos. Não é nas mesmas proporções, evidentemente. Mas pagamos até 92% de impostos nas compras do AliExpress, o que deixa os cenários similares de alguma forma.

 

O poder do consumidor bem informado

O cenário parece desanimador, mas você não está completamente desamparado diante dessa tempestade econômica global. Seu maior aliado neste momento é a informação qualificada, que permite tomar decisões conscientes em um mercado dominado pela incerteza.

Acompanhe regularmente sites especializados em tecnologia e comércio internacional, que frequentemente obtêm informações privilegiadas sobre movimentações corporativas antes de anúncios oficiais.

Monitore o histórico de preços dos produtos que deseja adquirir, utilizando ferramentas online que rastreiam flutuações ao longo do tempo, permitindo identificar aumentos injustificados ou oportunidades reais de economia.

Considere também participar de comunidades online de consumidores, onde experiências compartilhadas podem revelar padrões de comportamento das empresas que não aparecem em comunicados oficiais ou reportagens da grande mídia.

A vigilância coletiva não apenas protege seu bolso, mas também pressiona indiretamente as empresas por maior transparência.

 

Estratégias para tempos incertos

Para compras de alto valor, desenvolva uma estratégia pessoal baseada na urgência real da aquisição. Dispositivos essenciais para trabalho ou estudo talvez não possam esperar por uma estabilização do mercado, mas upgrades de entretenimento – como consoles de videogame ou smartphones de última geração – podem ser adiados até que o horizonte econômico se torne mais claro.

Avalie também alternativas muitas vezes ignoradas, como o mercado de produtos recondicionados certificados, que geralmente oferecem garantias semelhantes aos novos com descontos significativos, ou versões anteriores de dispositivos que ainda atendem perfeitamente às necessidades cotidianas sem o premium de preço da novidade.

Empresas como Apple e Samsung frequentemente mantêm modelos das gerações anteriores com preços reduzidos após o lançamento de novas versões – uma estratégia que pode se tornar ainda mais atraente em tempos de tarifas elevadas para componentes importados utilizados em modelos mais recentes.

O poder coletivo dos consumidores nunca deve ser subestimado, especialmente em um mercado tão dependente da fidelidade às marcas como o tecnológico.

Use suas redes sociais para questionar publicamente as empresas sobre suas políticas de preço e transparência. Demonstre preferência por marcas que comunicam abertamente seus desafios e estratégias para mitigar impactos ao consumidor final.

Compartilhe experiências positivas e negativas com sua rede de contatos, criando um sistema informal de monitoramento de preços que pode influenciar decisões corporativas a favor do consumidor.

Em algum momento, os grandes fabricantes do setor de tecnologia terão que se pronunciar e se posicionar diante de tudo o que está acontecendo. E, com alguma sorte, as mudanças serão a favor do consumidor.

Lembre-se que, mesmo em um mercado globalizado dominado por gigantes trilionárias, a soma das decisões individuais de milhões de consumidores ainda representa uma força capaz de direcionar estratégias empresariais.

Em última análise, o silêncio das empresas de tecnologia diante das tarifas Trump não é apenas uma questão de negócios – é um teste para a relação de confiança entre essas corporações e você, consumidor que sustenta seu império financeiro.

A forma como respondemos a esse teste pode redefinir essa relação para as próximas décadas.

 

Via The Verge


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