A LaLiga, organizadora do Campeonato Espanhol, está em uma batalha contínua contra a pirataria audiovisual, que ameaça não apenas seus direitos de transmissão, mas também suas receitas.
Recentemente, a entidade acusou grandes empresas de tecnologia como Google e Cloudflare de serem cúmplices na disseminação de conteúdos piratas. O presidente da LaLiga, Javier Tebas, enfatizou que essas plataformas facilitam a pirataria ao permitir que links para transmissões não autorizadas sejam facilmente acessíveis.
Agora, você me pergunta: como Donald Trump pode ter algo a ver com tudo isso?
Simples: apoiando a LaLiga.
O plano de Trump para acabar com o IPTV no mundo
Em resposta a essas preocupações, a administração do presidente Donald Trump propôs um plano conhecido como FADPA (Foreign Anti-Piracy Defense Act), que visa criar um “Escudo de Pirataria” com alcance global.
O plano pretende não apenas restringir o acesso a serviços de IPTV ilegais nos Estados Unidos, mas também afetar globalmente as operações dessas plataformas. A proposta inclui medidas rigorosas que podem levar ao bloqueio de endereços IP e à desindexação de conteúdos relacionados à pirataria nos mecanismos de busca, como o Google.
Com isso, espera-se que haja uma redução significativa no acesso a transmissões não autorizadas, impactando diretamente o mercado da pirataria audiovisual. Bom, pelo menos deve ser assim, de acordo com a teoria.
A LaLiga também se mobilizou para informar o governo dos EUA sobre o envolvimento dessas empresas na distribuição de listas de IPTV ilegais. A organização enviou uma carta ao Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos solicitando que considerasse as implicações legais do papel desempenhado por Google e Cloudflare na facilitação da pirataria.
Ou seja, a LaLiga quer apoio governamental para suas iniciativas antipirataria e reforça a ideia de que as plataformas digitais devem assumir responsabilidade por seus conteúdos.
Se é no Brasil que isso acontece, vão alegar que a LaLiga está tentando censurar os distribuidores alternativos de TV paga…
Os esforços de LaLiga para combater a pirataria
Além disso, a LaLiga tem colaborado com operações internacionais para desmantelar redes de pirataria, principalmente na Europa.
Um exemplo disso é a “Operação Kratos”, realizada pela Europol, que resultou na desarticulação de uma rede que contava com mais de 22 milhões de usuários em todo o mundo.
A LaLiga tem se posicionado como uma líder nesse esforço de combate à distribuição de conteúdo ilegal, promovendo eventos e encontros para discutir estratégias eficazes contra fraudes audiovisuais.
O uso de ferramentas como VPNs para ocultar atividades ilegais também foi um tema central nas discussões promovidas pela LaLiga. Os especialistas alertaram sobre como essas tecnologias dificultam o rastreamento das atividades dos usuários e contribuem para a perpetuação da pirataria.
Por fim, o impacto das ações antipirataria da LaLiga não se limita apenas ao território espanhol ou americano; qualquer restrição imposta nos Estados Unidos pode ter efeitos globais devido à influência das empresas americanas no mercado digital.
Portanto, as iniciativas da LaLiga e a ajuda de Donald Trump podem estabelecer precedentes globais, afetando as transmissões esportivas em plataformas “alternativas” ao redor do mundo.
Não podemos culpar a LaLiga por tentar. Porém, historicamente, essa sempre foi uma briga de gato e rato, e a tecnologia (pelo menos até agora) segue vencendo a disputa.