Você está em | Home | Cinema e TV | Como descobrir quem é o vilão de um filme pelo celular que ele usa em cena

Como descobrir quem é o vilão de um filme pelo celular que ele usa em cena

Compartilhe

Estou diversificando os tipos de pautas desse blog e, ao mesmo tempo, mantendo o foco na produção de conteúdo em tecnologia. Na verdade, ainda quero falar sobre o assunto, mas quero abordar tópicos que ninguém mencionou.

Por isso, convido à você que fique para conhecer de tempos em tempos alguma peculiaridade ou curiosidade do mundo tech, que normalmente passaria batido por você e por mim. E neste caso, os universos do cinema e da tecnologia acabam se colidindo de uma forma inusitada, ou que nenhum de nós paramos para pensar.

Você sabia que dá para descobrir quem é o vilão do filme por causa do celular que ele está utilizando? E esse não é exatamente um #spoiler que estou dando. É uma “regra” imposta por ninguém menos que a dona Apple.

 

Descobrindo o vilão pelo smartphone que ele usa

A Apple é muito rígida com o seu marketing, e controla os mínimos detalhes sobre como os seus produtos são utilizados nas obras de ficção.

E no caso do iPhone, isso não seria diferente. Muito pelo contrário: esse é o produto mais importante da Apple há pelo menos 10 anos. E tudo o que a empresa MENOS quer é ver a imagem desse produto arranhada, sob nenhuma circunstância.

E isso inclui, obviamente, o cinema.

Se você identificar um iPhone em uma cena de um filme, fique atento: esse smartphone pode indicar quem é ou não é o vilão de uma trama.

Essa regra foi confirmada recentemente pelo diretor de “Entre Facas e Segredos” Rian Johnson, e o que era uma teoria leviana dos nerds na internet acaba de se tornar uma realidade.

Mais do que isso: uma regra institucionalizada da Apple.

De acordo com Rian Johnson, a rigidez da Apple nas regras de uso de um iPhone pelos personagens do cinema é até bem simples de se compreender: apenas os personagens “bons” podem usar o seu smartphone em cena.

Ou seja, se alguém utilizou o iPhone em um filme, esse personagem está automaticamente descartado na lista de vilões da trama. O que ajuda (e muito) a vida de quem é mais atento aos elementos narrativos, eliminando possíveis suspeitos na história.

Ao mesmo tempo, para quem conhece a regra, a experiência cinematográfica pode ser um tanto quanto frustrante, pois certamente teremos as antecipações de #spoilers em massa em vários filmes de thrillers policiais e tramas de mistério.

 

A justificativa da Apple é irônica

Quando entendemos as explicações da Apple para impor tal regra para o uso dos seus produtos pelos personagens do cinema, sentimos claramente o tom de deboche e ironia da empresa de Cupertino, pois mais crível e compreensível que os argumentos sejam.

Desde 2002, estudos indicam que vilões normalmente utilizam computadores Windows nos filmes, enquanto os heróis ou personagens considerados “eticamente bons” na trama são associados a produtos da Apple.

Um dos exemplos mais claros dessa regra está justamente no filme “Entre Facas e Segredos”, dirigido por Johnson. Se você voltar a assistir ao longa, vai constatar que todos os suspeitos do crime central da trama estão utilizando um iPhone, menos o personagem que é considerado o culpado pelo crime.

A visão da Apple também pode ser vista como preconceituosa. Afinal de contas, a grande maioria dos computadores do mundo são Windows, já que esses PCs são muito mais baratos que Macs e MacBooks.

Ou seja, é correto interpretar que “a maioria das pessoas são más, e só quem usa iPhone é eticamente correto”?

Tudo bem, um dos motivos para que as pessoas debandem para a criminalidade é justamente o estrangulamento econômico… que, em partes, é promovido pelo capitalismo selvagem, que pode também ser simbolizados pelos produtos da Apple.

Mas não vou me estender nesse tema, pois não quero perder parte da minha já escassa audiência com temas que sempre promovem uma divisão de visão de mundo.

Vale lembrar que a colocação de produtos comerciais em filmes ou o chamado “product placement” é uma técnica comum em Hollywood, e a Apple utiliza essa estratégia para associar a sua marca a pensamentos mais positivos e posturas inovadoras.

O principal objetivo da Apple ao adotar essa estratégia é justamente influenciar a percepção do público sobre os personagens em cena, além de, ao mesmo tempo, causar essa associação positiva aos produtos de sua marca.

Tudo bem, o “product placement” pode não ser tão bem-visto pelos fãs de cinema que preferem histórias centradas em narrativas e não no uso de determinados produtos.

Por outro lado, é uma forma muito mais sutil e até eficiente de inserir uma propaganda em um filme, sem parecer com cara de comercial e se inserindo na narrativa de alguma forma.

Bem diferente do que aconteceu no horroroso filme “Madame Teia”, onde a protagonista fica segurando uma lata de Pepsi por vários minutos em diferentes cenas, sem abrir a lata ou degustar o refrigerante.

Neste caso, a lata não serve para absolutamente nada na trama do filme. A não ser que a personagem realizasse uma ligação com a latinha de Pepsi.

E eu tenho certeza que, a partir de agora, você vai prestar mais atenção nos celulares e smartphones utilizados pelos personagens nos filmes que você assiste. Ou quem sabe vai voltar e rever “Entre Facas e Segredos” (e outros filmes) para confirmar a regra compartilhada por Rian Johnson.

Prestar atenção no smartphone utilizado pelos personagens acaba de se transformar em uma nova camada de análise narrativa nos filmes e séries. Além de ser uma maneira eficiente de a Apple fazer publicidade nos filmes que ela ajuda a financiar.

E eu tenho certeza absoluta que você nunca parou para prestar a devida atenção nisso…


Compartilhe