Donald Trump está “embaçando o rolê” do mundo da tecnologia em 2025 com o seu tarifaço. Ele não entende que toda a cadeia produtiva do setor é internacional, e suas medidas estão fazendo os fabricantes do setor adotarem o “se vira nos 30” para manterem seus respectivos negócios minimamente viáveis.
Uma dessas empresas é a Samsung. Ela depende de cadeias de suprimentos globais para manter seus produtos competitivos em todo o mundo, inclusive no mercado norte-americano.
Diante do cenário de caos, a Samsung ainda está conseguindo se safar. Mas… como ela faz isso sem comprometer o preço dos seus produtos?
Um ano instável
2025 é para os fortes.
Apagões na Europa, inflação generalizada… consumidores e empresas lidando com o incerto.
As novas tarifas impostas pela administração Trump apenas intensificam esse cenário já complexo, adicionando mais uma camada de instabilidade ao ecossistema tecnológico global.
Sob o pretexto de proteger a indústria nacional, o presidente dos Estados Unidos implementou políticas que estão provocando um efeito dominó em toda a cadeia produtiva do setor de telefonia.
As medidas afetam desde a fabricação de componentes básicos até a distribuição e venda dos produtos finais ao consumidor. Nenhum dos participantes envolvidos no processo de produção de dispositivos móveis ficou imune às consequências dessas novas políticas tarifárias americanas.
Como a Samsung está lidando com tudo isso
A Samsung é líder no mercado global de vendas de smartphones, o que a deixa vulnerável neste novo cenário.
Na prática, ela está no mesmo barco das demais, e precisam lidar com o fato de que contam com unidades de produção nos países mais afetados pelo tarifaço, como é o caso do Vietnã. Por lá, são nada menos que 46% de impostos sobre produtos.
Permanecer no país pode significar aumentos de preços dos dispositivos nos Estados Unidos, comprometendo sua competitividade em um dos mercados mais importantes do mundo.
A Samsung decidiu não assistir passivamente o furacão passar, e fez alguma coisa.
Na verdade, fez o mesmo que todo mundo: realocou grande parte de sua cadeia de produção para outros países com condições tarifárias mais favoráveis.
Uma das alternativas é transferir a fabricação dos dispositivos destinados ao mercado norte-americano do Vietnã para a Índia, que foi taxada em “apenas” 26% por Trump.
O problema é que mudar o local da produção de dispositivo móveis passa bem longe de ser uma das tarefas mais fáceis do mundo.
A operação demanda investimentos pesados nas novas instalações, treinamento de mão de obra local e estabelecimento de novas cadeias de suprimentos.
Além disso, existe a preocupação constante de que a administração Trump possa alterar novamente sua política tarifária, potencialmente elevando as tarifas aplicadas à Índia acima das atualmente impostas ao Vietnã.
O futuro incerto
O cenário atual oferece um breve respiro às empresas afetadas, graças a uma suspensão temporária de tarifas com duração de 90 dias.
Mas como essa medida é provisória, as incertezas continuam. A volta das tarifas ou uma imposição de taxas ainda mais altas no futuro podem acabar com os planos da Samsung e de todas as demais empresas que produzem eletrônicos na Ásia.
E é complicado pensar que o ano de 2025 já está na história como um dos mais difíceis para a indústria tecnológica global.
Tudo o que está acontecendo neste momento pode redefinir completamente o cenário global do mundo tech, reposicionado as empresas do setor, que terão que lidar com consequências que podem se estender por anos.
E pensar que tudo isso poderia ser evitado pelos eleitores norte-americanos…
Ops… falei cedo demais?