Brian Krzanich, CEO da Intel, anunciou a sua renúncia do conselho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O grupo de assessoramento foi criado para modernizar o setor tecnológico e de sistemas de informação do país.
Krzanich saiu por conta da débil resposta inicial de Trump diante dos eventos ocorridos em Charlottesville (para ler todos os detalhes, clique aqui).
O executivo argumenta que “o grave dano do clima político e a necessidade de fazer frente aos problemas do setor tecnológico norte-americano” motivaram sua decisão. Sem citar Trump, o CEO da Intel deixou claro sua aversão diante da recente violência de ódio, e faz um chamamento a todos os líderes a condenarem a violência dos supremacistas brancos e todos que apoiam sua causa,
“Renuncio porque quero progredir, enquanto que muitos em Washington parecem mais preocupados em atacar qualquer pessoa que não concordam com eles. Devemos honrar e não atacar quem defendeu a igualdade e outros valores norte-americanos. Espero que isso mude, e estou disposto a servir a isso”, finalizou o CEO da Intel.
A saída de Krzanich aconteceu horas depois da renúncia de dois altos executivos que faziam parte do mesmo conselho: Kevin Plank (CEO e fundador da Under Armour) e Kenneth C. Frazier (CEO da Merck Pharma).
Nos últimos meses, outros executivos de tecnologia deixaram o mesmo conselho. Travis Kanalick, ex-CEO da Uber, abandonou o barco diante da ordem executiva de Trump sobre imigração. Elon Musk (Tesla) e Bob Iger (Disney), se retiraram depois da decisão de Trump em não cumprir o Acordo de Paris contra a mudança climática.
Na prática, o tal conselho está virtualmente encerrado. Não vai cumprir os (teóricos) objetivos iniciais, e vai continuar a ser criticado diante da percepção que a permanência dos grandes executivos do mundo tecnológico representem um apoio tático às insanidades da gestão Trump.
Paralelo à isso, Satya Nadella, CEO da Microsoft, enviou um e-mail aos seus funcionários reforçando o discurso pela diversidade e inclusão diante dos ocorridos em Charlottesville: “Não há lugar em nossa sociedade para a intolerância e violência sem sentido provocada por nacionalistas brancos em Virgínia”.
Os CEOs do Twitter, Apple e Google também mandaram mensagens de repúdio aos eventos, enquanto que o reverendo Jesse Jackson convocou os demais responsáveis de outras grandes empresas de tecnologia a se manifestarem com coragem, atuando com princípios morais sólidos.
“O silêncio é um traição… de que lado você está?”, escreveu Jackson.
Vale lembrar que permanecem no tal conselho de Donald Trump alguns executivos de peso, como Michael Dell (CEO da Dell) e Dennis Muilenberg (Boeing), sem falar que Ginny Rometty, CEO da IBM, é membro do conselho de Estratégia e Política do presidente.
Via Intel, TechCrunch