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Facebook completou 20 anos. E daí?

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Antes de começar… uma pergunta: você ainda está no Facebook?

Se a resposta for NÃO, eu entendo perfeitamente.

Acredite, se quiser, o Facebook é a rede social mais utilizada no mundo, com mais de 2,8 bilhões de usuários ativos mensais (segundo dados de dezembro de 2020… e já foi um número bem maior). A plataforma completou 20 anos de atividades olhando para o passado e questionando como será o futuro.

Neste post, faço as minhas reflexões sobre os 20 anos do Facebook. De um plano de vingança de um universitário rancoroso até se transformar na gigante que manipula a democracia em alguns países.

Ah, sim, claro… e a rede social responsável pelas brigas na família e eventuais violações de privacidade.

 

Do começo

O Facebook foi criado em 2004 por Mark Zuckerberg, um estudante de Harvard que criou uma ferramenta que conectava os alunos dentro da universidade… para acabar com a reputação das meninas que davam o toco nele.

Inicialmente chamado de Thefacebook, o site logo se expandiu para outras instituições de ensino e, em 2006, abriu seu acesso para qualquer pessoa com mais de 13 anos e um endereço de e-mail válido.

Desde então, nossas vidas viraram um verdadeiro inferno. O Facebook não parou de crescer, adquirindo outras plataformas como Instagram, WhatsApp e Oculus VR, e lançando novos recursos como o Messenger, Marketplace, Watch, Stories e Reels.

Tudo isso foi feito para manter o usuário o máximo de tempo possível no serviço, pois dessa forma os anunciantes poderiam se interessar pelo tempo de exposição nas páginas de outros usuários e comunidades.

O aumento da popularidade do Facebook provocou uma mudança dos hábitos dos internautas. De uma plataforma utilizada por universitários que compartilhavam fotos, eventos e mensagens com amidos, a rede social passou a abrigar grupos de interesse, páginas de empresas, celebridades e políticos.

Muitas pessoas passaram a se informar ou se divertir no Facebook, mostrando a enorme influência da rede social nos internautas. Isso entregou para Mark Zuckerberg um poder gigantesco. E ele (Zuckerberg) é bem consciente disso.

 

O fim da era da inocência

Não são poucas as polêmicas que o Facebook se envolveu ao longo dos anos. A principal delas é, sem dúvida, a monetização da privacidade e dos dados pessoais dos seus usuários.

Zuckerberg vendeu os dados dos usuários do Facebook sem deixar claro que isso estava acontecendo, e passando bem longe de ter o consentimento do coletivo. E pior: sem informar para ninguém por que coletava (e vendia) esses dados.

Se não fosse o escândalo da Cambridge Analytica, jamais saberíamos que esses dados foram utilizados de forma indevida para influenciar as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016.

O evento ligou um sinal de alerta em autoridades de todo o planeta, confirmando que o menino Zuck tinha plena consciência do enorme poder que tinha nas mãos. E utilizava esse poder para interesses pessoais e econômicos.

O mais surpreendente de tudo isso é que ainda estamos no Facebook e nas demais plataformas atreladas ao serviço (WhatsApp e Instagram), mesmo depois do escândalo da Cambridge Analytica vindo à tona.

Além disso, o Facebook também foi duramente criticado por sua postura ambígua em relação à moderação de conteúdo e à liberdade de expressão, sendo acusado de censurar alguns usuários e de favorecer outros.

Por diversas oportunidades, a rede social foi acusada de permitir a disseminação dos discursos de ódio, de violência e, principalmente, de notícias falsas. E aqui, eu nem precisava lembrar isso, mas… o próprio Facebook foi criado por alguém que queria disseminar um discurso negativo para uma menina que dispensou o seu criador nos aspectos afetivos.

Sem falar que Zuckerberg entendeu que o discurso de ódio gera mais engajamento que os discursos positivos e empáticos. E engajamento é tudo o que ele precisa para monetizar a plataforma.

De forma até surpreendente, o Facebook conseguiu desagradar os dois lados de um espectro político cada vez mais extremado, o que levou a alguns usuários a desistir da plataforma.

E o maior volume de êxodo da rede social aconteceu justamente no grupo etário que é de enorme interesse para o próprio Facebook: os mais jovens. Hoje, o público mais maduro (e me arrisco a dizer dentro do grupo de 60+) é dominante na rede social.

Nem todas as críticas tiraram o Facebook dos holofotes ou do seu papel de protagonista entre as redes sociais. E o efeito prático disso foi a drástica mudança na dinâmica das relações pessoais.

Ou você reencontrava aquele colega de escola do passado, ou brigava com o seu parente por causa de política. Não tinha meio termo. Bom, quero dizer, algumas ações sociais bem legais apareceram no Facebook, mas foram igualmente eclipsadas por brigas, memes e jogos online.

 

Como conquistar novamente os jovens?

Esse é um dos maiores desafios do Facebook hoje.

A geração que cresceu vendo os mais velhos usando o Facebook de forma intensa optou por plataformas mais dinâmicas e criativas, priorizando o consumo de conteúdo rápido e os vídeos como principal formato de consumo de conteúdo.

A presença de ferramentas como filtros, stickers, efeitos e músicas em plataformas como Instagram e TikTok reforçam a ideia de que os internautas mais jovens procuram a criatividade para produzir seus conteúdos na internet.

Sem falar na maior preocupação com a privacidade que a Geração Z tem em relação aos mais velhos, evitando a exposição de dados nas redes sociais. E o Facebook não é a plataforma mais confiável neste aspecto.

Para trazer os jovens de volta, o Facebook está investindo em melhorias na interface, inserindo novas funcionalidades e se integrando com outras plataformas. Mas tudo isso parece não ter muito efeito entre aqueles que preferem as dancinhas e os challenges do TikTok.

Além disso, os usuários do Facebook agora contam com um leque maior de opções para controle de privacidade, pois podem escolher quem vê os posts, quais aplicativos podem acessar seus dados, quais anúncios podem ser exibidos, entre outras funcionalidades.

O combate às fake news é outra “prioridade” #contémironia do Facebook, com equipes de verificação de fatos, de moderação de conteúdos nocivos ao coletivo e prevenção de casos de abusos.

Mas nada disso está adiantando. O Facebook continua a ser uma grande máquina de disseminação de notícias falsas e discursos de ódio. As mentes mais maliciosas seguem distorcendo narrativas e pregando a violência ao diferente.

E o Facebook parece fingir que não vê, em nome da monetização do serviço.

 

O presente, e a perspectiva de futuro

O Facebook ainda é muito utilizado ao redor do mundo.

Segundo dados do Statista, o Facebook é o quinto site mais visitado do mundo, atrás apenas do Google, do YouTube, do Baidu e do Yahoo. A plataforma supera (de longe) a concorrência em número de usuários em uma rede social, o que confirma o seu enorme potencial de alcance e poder de influência em boa parte da sociedade.

Seu futuro é incerto, e tem muitas questões em aberto. Vários fatores internos e externos podem traçar os rumos da rede social, e afirmar qualquer coisa neste sentido pode ser leviano da minha parte.

O que é correto dizer é que, neste momento, o Facebook enfrenta uma tendência de queda de popularidade a médio prazo, já que muitos usuários estão migrando para outras plataformas ou reduzindo o tempo de uso na rede social.

A concorrência hoje é maior, e vários países lutam para regulamentar as redes sociais, o que pode limitar o seu crescimento e até impedir que a empresa monetize com os discursos nocivos que ela relativiza.

Mas não dá para negar o gigante que o Facebook se tornou, e ainda é preciso ter algum tipo de esperança que a plataforma se renove, apesar de todo o dinheiro que Zuckerberg torrou de forma até estúpida no Metaverso.

O Facebook completou 20 anos, mas a impressão que fica é que boa parte dos internautas simplesmente não se importa com isso. Mesmo que a data seja emblemática e significativa.

Sim… é bizarro… o Facebook durou mais tempo que o Orkut… e tem gente até hoje xingando o Google por causa da morte de sua principal rede social.


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