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AI Pin tem hoje 230 milhões de problemas

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Vamos falar de novo do AI Pin. Não… não é da mandioca ou da macaxeira. É do AI Pin mesmo, o dispositivo da Humane que prometeu acabar com o smartphone, mas que até agora só causou a ira dos produtores de conteúdo de tecnologia.

Este é considerado o primeiro grande fracasso tecnológico de 2024, e tem grandes chances de ser o pior produto do ano por tudo o que prometeu e não cumpriu. E o problema maior do AI Pin nem é esse.

O grande problema é que investiram nada menos que US$ 230 milhões em um produto que tem mais cara de protótipo do que qualquer outra coisa. Será que alguns investidores caíram em um golpe?

 

Como chegamos até aqui

Há mais de um ano, o mundo da tecnologia começou a fazer barulho com a existência da Humane, uma startup enigmática formada por ex-funcionários da Apple.

Sua promessa era criar uma plataforma de IA que combinava hardware e software, em uma proposta ambiciosa que prometia simplesmente acabar com o smartphone, tal e como conhecemos.

Na verdade, o que a Humane queria entregar era um dispositivo que substituísse o smartphone no uso da Inteligência Artificial, por ser mais prático e intuitivo que tirar um telefone do bolso.

Após meses de antecipação, o AI Pin da Humane foi finalmente revelado na MWC 2024. E as primeiras análises do dispositivo relatam a decepção que o gadget proporcionou… em partes, já que vários produtores de conteúdo alertaram que ele não entregaria o que prometeu antes mesmo de colocar as mãos no dispositivo.

De qualquer forma, o AI Pin não só passou longe de impressionar os especialistas, como foi considerado um completo desastre. Marques Brownlee (aka o maior YouTuber de tecnologia do mundo) afirmou de forma contundente que “esse é o pior dispositivo de tecnologia que eu testei em toda a minha vida (até agora)”.

Este é um começo turbulento para uma startup que recebeu investimentos enormes e acumulou uma equipe de mais de 250 funcionários.

 

Investimento milionário, com nomes de peso

A Humane angariou impressionantes 230 milhões de dólares em financiamento. Seria porque seus responsáveis são ex-funcionários da Apple?

A situação se torna mais complexa quando olhamos para os nomes dos investidores envolvidos. São gigantes como Softbank, Microsoft e Qualcomm Ventures.

Figuras proeminentes da indústria de tecnologia como Sam Altman também estão entre os investidores, contribuindo para a enorme atenção que a empresa recebeu.

E eu fico pensando: “como será que todos os envolvidos estão se sentindo neste exato momento?”.

Com um lançamento desastroso do AI Pin, muitos começam a se perguntar se a Humane quer mesmo ser um fabricante de hardware rentável, ou se fez essa palhaçada só para ser adquirida por uma grande empresa.

 

Se comparar com Tesla e Apple é um exagero

O duro é ver a comparação que a própria Humane se fez com Tesla e a Apple de forma exagerada, e olhando para o fiasco que o AI Pin foi, observamos que todo esse barulho era apenas para ter uma visibilidade no setor de tecnologia.

Não sei se essa foi a melhor estratégia.

Neste momento, a Humane gera mais dúvidas do que certezas, o que pode minar os planos de futuros lançamentos. Equilibrar a ambição com a capacidade de entrega é o que muitos chamam de “gestão de expectativas”, algo que é importante para a reputação e o sucesso de qualquer empresa.

Os fundadores da Humane compararam as críticas iniciais ao AI Pin com a desconfiança inicial em relação ao iPhone original e ao primeiro Tesla, sugerindo que o verdadeiro valor pode demorar a ser compreendido.

Há muitas coisas que surgem da novidade e não entendem o potencial de algo que realmente atrapalha as pessoas a apreciarem isso imediatamente. Acho que isso acontece muito. Certamente vimos isso mesmo com algo que não é um eletrônico de consumo, algo como um Tesla, por exemplo. No início, Tesla teve uma resposta semelhante. Acho que muitas pessoas se perguntaram: “Por que você realmente precisa de algo assim?”

Caros… eu não sei se o “você não entendeu como nosso produto funciona, porque você é burro” ajuda a Humane neste caso. A empresa prometeu “apenas” ACABAR COM O SMARTPHONE, e o primeiro produto quase queima a pele dos usuários.

A comparação com gigantes do setor que estão consolidadas é, nesse momento, algo presunçoso.

A usabilidade é ruim, ele é caro (tanto no preço como na mensalidade) e o dispositivo não resolve o problema de ninguém. E a culpa é do coletivo que supostamente não entendeu o produto?

Sei. Entendi.


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