A volta dos que foram expulsos neste caso.
As baterias removíveis nos smartphones vão voltar em um futuro próximo (na verdade, daqui a três anos… mas o tempo é relativo), graças à Uniao Europeia.
Eu realmente não sei se essa é uma boa ideia, mas ao menos vai facilitar a substituição das baterias para aqueles que querem salvar o bom desempenho do smartphone ou recuperar a autonomia de uso do dispositivo nos dias mais movimentados.
Ou seja, voltaremos ao design da primeira geração de smartphones, que permitiam a troca fácil e rápida da bateira simplesmente retirando a tampa traseira do dispositivo.
E os fabricantes que lutem com isso.
Tudo em nome da sustentabilidade
O que a União Europeia quer com essa decisão é reduzir o impacto ambiental dos resíduos eletrônicos. Neste aspecto, a medida a companha a universalização dos carregadores, com todos os telefones usando o padrão USB-C.
E a Apple até hoje “agradece, de coração” a União Europeia por isso #contémironia.
Com baterias removíveis, fica mais fácil o descarte e reciclagem das baterias usadas, já que é o próprio usuário que vai substituir o item no seu telefone e (com alguma sorte) encaminhar para o centro de reciclagem aquele item que não funciona mais.
A mudança é benéfica para os usuários em um aspecto realmente relevante: a longevidade dos telefones.
Todo mundo agora sabe que alguns fabricantes (cof, cof… Apple… cof, cof…) reduziam o desempenho dos smartphones quando a saúde da bateria alcançava 80% ou menos.
Com a substituição da bateria, não só o usuário não é obrigado a comprar outro telefone para ter a melhor experiência de uso, como também não precisa gastar com a assistência técnica do dispositivo.
Mais do que isso: o usuário deixa de lidar com o problema de perder a boa qualidade de construção do telefone, algo que pode acontecer quando você abre o dispositivo.
Mas isso, na teoria. Na prática, os fabricantes reclamam de tudo isso. E essa mudança tem seus ônus para o usuário.
Os fabricantes que lutem
A partir de 2027, todos os fabricantes que vendem smartphones na Europa deverão adaptar seus designs para incluir baterias removíveis.
No processo, os formatos dos telefones devem mudar, já que toda a engenharia interna será modificada para receber uma bateria removível.
A mudança pode resultar em smartphones mais espessos e menos resistentes à água e poeira, já que o simples fato de contar com uma bateria que precisa ser removível remove parte do sistema de vedação presente nos smartphones atuais.
Se você está disposto a ter um telefone mais pesado e espesso, porém, mais barato, tudo bem. Agora, ter que lidar com um telefone mais frágil por causa do “velho novo” design deixa um gosto amargo na boca dos mais exigentes.
Além disso, algumas marcas (de novo… cof, cof… Apple… cof, cof…) vão perder uma parte de suas receitas com os serviços de assistência técnica.
Já que serão os próprios usuários que voltarão a trocar as baterias, essa grana da manutenção vai deixar de entrar para o consumidor.
Tudo bem, isso pode ser parcialmente compensado com as vendas das baterias em si. Mas até o momento, nada vai impedir que marcas paralelas lancem baterias mais baratas que as oficiais.
Tudo deve mudar em 2027
Vale lembrar que essa legislação sobre a volta dos smartphones com baterias removíveis ainda precisa ser aprovada. E se isso acontecer, só entra em vigor na Europa em 2027.
Tudo ainda precisa passar por um processo legislativo da União Europeia, o que pode levar mais algum tempo para acontecer.
Porém, uma decisão no Velho Continente terá impacto global, tal e como aconteceu no caso do conector universal de recarga.
Até porque sai caro para qualquer marca lançar um design para a Europa e outro para o resto do mundo. Não é mesmo, dona Apple e seu iPhone com USB-C.
Então, é correto dizer que os fabricantes já estão trabalhando nos futuros telefones com bateria removível. Tanto para cumprir as futuras normas quanto para atender as expectativas dos consumidores em relação ao design dos dispositivos.
Tudo isso parece bom e, de fato, tem suas vantagens, como em tudo na vida.
Mas o gosto agridoce das desvantagens existe. E nem precisou chegar 2027 para perceber isso.