Não é difícil imaginar um futuro onde os carros autônomos se tornaram uma parte significativa da mobilidade de uma cidade, apesar de defender até a morte os modais alternativos (especialmente as bicicletas elétricas). Mesmo assim, os carros autônomos podem otimizar o espaço nas ruas, mas ao mesmo tempo podem entregar um cenário muito preocupante, onde todo o eixo urbano das grandes cidades pode se transformar em um verdadeiro caos.
Isso pode acontecer se um grupo de hackers decidir (e conseguir) hackear uma boa quantidade de carros. O cenário hipotético (e não tão absurdo assim) foi imaginado por investigadores do Georgia Institute of Technology, utilizando simulações por computador e adotando a física para calcular o que poderia acontecer caso aconteça uma imobilização repentina em um bom número de veículos em uma grande cidade.
Os físicos esclarecem que não estão prevendo que tal possibilidade pode se materializar, pois não se consideram especialistas em cibersegurança. Porém, consideram que futuros hackers podem gerar um caos veicular a partir de uma vulnerabilidade em escala, e este é um dos poucos tipos de hackeamento que geram consequências no mundo físico. Um ou vários carros desligados podem gerar um engarrafamento enorme em uma via de grande circulação.
Um caos na cidade, e com relativa facilidade
No estudo, os investigadores publicaram os resultados de sua simulação. De forma surpreendente, eles sinalizaram que basta hackear apenas 20% dos veículos para o caos ser instalado em uma grande cidade. Quem sabe um ou outro carro acabe cruzando um trecho da rua, mas não poderia chegar do outro lado da cidade, deixando praticamente todas as suas isoladas.
E para chegar nesse cenário, nem é preciso que todos os veículos sejam autônomos. Se apenas 40% dos automóveis se encaixarem nessa condição tecnológica, basta hackear a metade deles, e pronto. “Problema resolvido”.
Porém, um ataque de hackers em escala menor não seria pouca coisa. Por exemplo, desconectar 10% dos veículos provocaria um cenário muito complicado nas grandes cidades. Ao menos os serviços de emergência não poderiam avançar sobre outros carros para chegar ao seu destino. Inclusive em momentos onde não há muito tráfego nas ruas durante o dia, uma desconexão de 20% causaria o mesmo efeito.
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