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Até o CEO do Uber está chocado com os preços das corridas na plataforma…

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Pelo visto, o Uber não é caro apenas no Brasil. E não é caro apenas para os cidadãos comuns que usam o serviço todos os dias.

O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, teve uma experiência direta com o aumento dos preços ao estimar o custo de uma corrida de 2,95 milhas em Nova York.

Sua previsão de “vinte dólares” foi rapidamente superada, revelando um custo real de $51,69, escancarando uma discrepância entre as expectativas dos usuários e a realidade dos preços.

E se até o CEO do Uber virou refém dos preços caros do serviço, é sinal de que esse assunto precisa ser discutido mais a sério.

 

Motivos para as corridas do Uber ficarem tão caras

Khosrowshahi atribuiu parte do aumento dos preços ao sistema de “surge pricing” (no Brasil, os famigerados “valores dinâmicos”), que ajusta os valores com base na demanda.

É a velha regra da “lei de oferta e procura”: se o número de passageiros solicitando carros é maior do que o de motoristas disponíveis em uma região, os preços das corridas vão aumentar.

Além disso, ele destacou que a inflação se tornou uma parte da vida cotidiana do norte-americano médio, afetando tanto os consumidores quanto os motoristas.

A questão aqui é que este problema de inflação nos aplicativos de transportes existe desde antes da pandemia.

Dados da Rakuten Intelligence indicam que os preços das corridas de aplicativos de transporte como Uber e Lyft aumentaram em 92% entre 2018 e 2021.

O aumento nos preços durante esse período é um reflexo das mudanças no mercado e da necessidade de ajustar os preços para manter a viabilidade financeira da plataforma.

 

Motoristas recebendo (um pouco) mais

Em paralelo ao aumento nos valores pagos pelas corridas, a UCLA Labor Center detectou que, entre fevereiro de 2019 e abril de 2022, o aumento das tarifas medianas para passageiros foi de 50%, enquanto o pagamento médio dos motoristas aumentou apenas 31%.

Ou seja, a plataforma está ficando com uma parte do bolo que não vai para os motoristas, que enfrentam uma situação de trabalho que só piora com o passar do tempo.

E por conta de economia em volatilidade, o número de condutores parceiros do Uber aumentou em todo o planeta.

Em agosto de 2022, a plataforma confirmou um recorde de 5 milhões de motoristas em todo o mundo, um aumento de 31% em relação ao ano anterior.

Khosrowshahi reforça que muitos motoristas novos estão se juntando à plataforma por causa da pressão inflacionária e do aumento do custo de vida generalizado em todo o planeta.

 

Uber agora quer crescer em função do lucro

A Uber está mudando sua estratégia de crescimento agressivo para um foco em lucratividade, o que implica menos subsídios para as corridas.

Lá fora, a mudança parece estar dando resultados, pois a empresa anunciou seu primeiro lucro operacional, o que pode ser o sinal de um início de uma nova fase na empresa.

Khosrowshahi promete que os preços voltarão “aos bons velhos tempos”, quando o Uber ainda era uma novidade, se apresentando como o “aniquilador do taxi tradicional.

Na prática, isso nunca chegou perto de acontecer. Os taxistas continuam com sua clientela cativa, e em algumas cidades, é mais fácil o Uber deixar o setor do que o contrário.

As futuras direções que o Uber vai tomar precisam estar pautadas na análise mais precisa do comportamento do consumidor, em paralelo às condições do mercado.

Ou as mudanças vão se basear nos sustos que o seu CEO vai tomar ao ver o escandaloso preço que o seu Uber vai cobrar para que ele possa voltar para casa após um longo dia de trabalho.

 

Via Business Insider


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