Uso o 5G em Florianópolis desde agosto de 2022, e não posso dizer que não mudou absolutamente nada em minha vida. Sim, eu recebi uma internet móvel mais rápida no smartphone, mas isso não se aplica a toda cidade, e o resultado final do serviço poderia ser bem melhor do que é hoje.
O 5G chegou ao Brasil com a promessa de maior velocidade nas transmissões de dados, conexões simultâneas e menor latência. As expectativas de transformar a experiência de navegação de internet e a conectividade eram elevadas, mas até agora não temos essa tecnologia no Brasil inteiro, e quem usa não tem todo o potencial liberado para explorar o melhor dessa nova rede.
O que aconteceu? O que está faltando para o 5G entregar tudo o que nos prometeram um dia?
Latência mínima? Um mito!
Quem usa o 5G percebe sim uma maior velocidade de download e upload de dados, já que a rede trabalha em um espectro específico, sem competir com as frequências do 4G.
Por outro lado, a promessa de um 5G com latência reduzida ainda não foi cumprida, o que acaba prejudicando (em partes) boa parte da melhor experiência de uso que a tecnologia pode oferecer.
Videochamadas sem delay, jogos online sem atrasos, novos aplicativos de Realidade Virtual e Realidade Aumentada, holografia, suporte para o carro autônomo, transmissão de TV via internet, cirurgias remotas em tempo real… tudo isso depende da menor latência.
E o 5G atual ainda não entrega uma qualidade boa o suficiente para tornar realidade essas importantes conquistas da humanidade.
Evolução gradual e comunicação limitada
As operadoras apresentaram as melhorias e vantagens reais do 5G em fases, mas a comunicação com o público foi pouco clara, gerando dúvidas e até mesmo insatisfações entre os mais exigentes.
As melhorias na infraestrutura vieram de forma fragmentada. As operadoras estão sim investindo pesado no 5G, pois desejam que esse seja o futuro da telefonia móvel. Por outro lado, a expansão passa bem longe de acontecer no melhor ritmo.
Na prática, as diferenças de velocidade de internet do 5G para o 4G são sutis para o uso cotidiano. É digno de dizer que quem não tem as redes de quinta geração neste momento não está perdendo muita coisa.
O que ainda está faltando?
O 5G total, com todas as funcionalidades prometidas, ainda está em fase de concretização, e faltam muitos requisitos a serem atendidos para que todo o potencial dessa tecnologia beneficie o consumidor de forma direta.
De tudo o que foi prometido na época do anúncio do 5G, falta:
- Maior eficiência energética.
- Melhor desempenho.
- Maior cobertura.
- Compatibilidade para conexão 5G via satélite.
- Nova arquitetura convergente mmWave-sub6 com agregação de portadoras e link para cima MIMO.
- Localização mais precisa, mesmo ao ar livre.
- Suporte de IoT habilitado para energia ambiental, substituindo as baterias dos pontos de transmissão de sinal por outras fontes de energia.
- Suporte 5G em redes não-Terra (NTN) e redes não públicas (NPN).
- Beamforming, para a gestão de feixes de onda milimétrica, que melhora a cobertura através da reflexão de vigas que evitam obstáculos até que a comunicação seja estabelecida.
Enquanto tudo isso não for cumprido ou atendido, não dá para afirmar que temos o 5G de verdade em nossas vidas.
E isso, porque os chineses já estão falando no 6G. Então, pense em como ainda estamos engatinhando neste aspecto.
Mesmo com todos os avanços já realizados, o verdadeiro 5G ainda é um projeto em andamento, com várias promessas de funcionalidades que não foram cumpridas. Com alguma sorte, as operadoras brasileiras vão avançar nesses pontos antes do 6G chegar.
E quando o 6G desembarcar no Brasil, será outro tempo de espera muito longo.
Tenha paciência, caro amigo… muita paciência…