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Assistir um filme dividido em partes: um direito ou um absurdo?

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Este é um fenômeno que ganhou força nos últimos anos, mas que não é algo tão inédito assim em nossa cultura de massa. Eu me lembro muito bem que, quando assisti ao filme Titanic (1997) em casa, aluguei duas fitas de VHS, o que abria a possibilidade de assistir ao filme em duas partes.

Agora, na era do streaming e dos formatos digitais, essa proposta de consumo de filmes voltou a ganhar força, principalmente quando alguns internautas apresentaram a ideia de assistir ao filme O Irlandês, dirigido por Martin Scorsese, em várias partes, como se fosse uma minissérie. Eles chegaram até a marcar o tempo exato onde você deveria parar a cena para não perder o contexto da narrativa.

Algo que incomodou profundamente ao diretor do filme e aos cinéfilos mais conservadores.

 

 

 

Entendendo a mudança do comportamento

 

 

É preciso entender algumas coisas antes de dar um parecer mais aprofundado sobre a questão.

As séries de TV sempre foram populares nos Estados Unidos. Porém, com a expansão dos serviços de TV por assinatura ao redor do mundo, elas se tornaram muito mais populares. As antenas da SKY TV passaram a ocupar os telhados das casas, a NET espalhou os seus cabos pelas cidades e, mais recentemente, as plataformas de streaming e TV on demand promoveram a mudança do espectador da TV para o computador, tablet ou smartphone.

E isso porque eu não estou falando do torrent e dos downloads de séries, pois uma geração inteira começou com esse vício a partir de Lost, no meio dos anos 2000.

Por isso, temos hoje toda uma geração de espectadores que se acostumaram a acompanhar as suas histórias através de vários episódios. E até o cinema abraçou esse conceito: os filmes da Marvel Studios estão todos conectados de alguma forma, pertencendo ao mesmo universo. Logo, formam uma série de filmes com 23 episódios (ou mais, pois é um universo em constante expansão).

Ou seja, é fácil entender por que uma geração inteira de cinéfilos decidiu dividir as 3h30 de O Irlandês em vários episódios. Não só era menos cansativo acompanhar ao filme dessa forma, mas também fazia mais sentido com o formato que essa geração já está acostumada a consumir esse tipo de conteúdo.

 

 

 

Sempre defendo a liberdade individual de escolha

 

 

Particularmente, não gostaria que esse tipo de discussão se transformasse no novo “filme dublado vs filme legendado”. Ficou desgastada a estratégia de alguns colegas blogueiros, produtores de conteúdo e “especialistas” em cinema e entretenimento em tentar impor um padrão de comportamento para o espectador. O máximo que pode fazer é recomendar ou aconselhar. Mas não mais ditar as regras.

As pessoas precisam ser livres para consumir um conteúdo do jeito que quiser, no formato que melhor atende às suas necessidades. Afinal de contas, os serviços on demand e por streaming ofereceram essa liberdade para os assinantes, e até mesmo a TV por assinatura aposta nos novos formatos mais flexíveis para manter o interesse da audiência.

Pois bem, o home cinema deve ir pelo mesmo caminho. Já que as pessoas estão mais propensas a assistir os filmes em casa, é fundamental que elas escolham o melhor formato para assistir a este filme. Pelo menos para mim, assistir ao O Irlandês foi uma maratona, assim como foram longas como O Poderoso Chefão (a trilogia como um todo), O Senhor dos Aneis (a trilogia, que tem mais de 10 horas totais de duração) e Vingadores: Ultimato (que é um desafio assistir comendo um balde enorme de pipoca e 1 litro de refrigerante… e depois segurar a incontrolável vontade de ir ao banheiro).

Agora, se você vai ao cinema para assistir um filme com 3 horas ou mais… aguenta firme e assiste em uma tacada só. Pois ao comprar o ingresso você aceitou as regras do jogo.


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